O professor Clovis Orlando da Fonseca, do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada, foi premiado com o trabalho “Efeito do tratamento in vitro e in vivo do monoterpeno perílico no crescimento e controle da expressão gênica no glioma de alto grau”. Ele recebeu o prêmio da Academia Nacional de Medicina sobre pesquisa básica e estratégia terapêutica.
O estudo aborda o desenvolvimento de substâncias que atuam no controle de tumores cerebrais de alta malignidade (gliobastomas multiformes), sem tratamento até o momento. “Mesmo com os avanços em neurocirurgia, radioterapia e quimioterapia, esses tumores ainda não tinham sua evolução controlada”, afirma Clovis. A pesquisa, que é a dissertação de mestrado do professor, foi desenvolvida em laboratórios de diversos institutos, como o Carlos Chagas Filho, o de Microbiologia da UFRJ e o de Biologia da UFF, com suporte financeiro da Capes.
O ensaio clínico “Estudo fase II do monoterpeno álcool perílico em pacientes com glioblastoma multiforme recidivo” já foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Clementino Fraga Filho da UFRJ para o doutorado. Os pesquisadores dos laboratórios do Instituto de Biologia e da Faculdade de Farmácia da UFF estão elaborando e testando, em modelos experimentais, uma formulação para o uso da droga, procurando minimizar os efeitos colaterais do álcool perílico, como enjôo, vômitos e diarréia. “Atualmente o câncer é a terceira causa de morte. Portanto, o estudo da genética e da biologia molecular dos tumores cerebrais malignos é fundamental para oferecer alvos de estratégias terapêuticas visando a um tratamento real”, explica o médico.
Segundo Clovis da Fonseca, o trabalho realizado é uma conquista de todos os neurologistas e neurocirurgiões, que poderão contar, no futuro, com drogas que possam tratar os pacientes com esses tumores sem prejudicar a qualidade de vida. Ele afirma que se houver sucesso nos resultados, o êxito será creditado à “nossa universidade, onde sou professor”.