O 20º Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas, que ocorreu de 24 a 27 de maio, em Recife, discutiu linhas de financiamento para projetos e estabeleceu política de contato entre os ministérios da Cultura, Educação, Saúde, Meio Ambiente, Trabalho e Ciência e Tecnologia (MCT).
O MCT firmou linhas de prioridades para ações que podem privilegiar a extensão. A principal é a de apoio para a política de industrialização, com direcionamento prioritário para bens de capital, fármacos e microcondutores. Foi criada a nova Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, que trabalhará em quatro linhas: tecnologias apropriadas, centros vocacionais, arranjos produtivos locais e difusão e popularização da ciência.
Outra prioridade é o lançamento de edital ligado ao Programa Fome Zero, referente à agricultura familiar e segurança alimentar. O MCT também confirmou a possibilidade de a Capes lançar edital de financiamento direcionado a programa e projetos de extensão. Em 2005, o Ministério da Cultura vai investir no incentivo a espaços de cultura e de ciência, como museus, laboratórios e espaços de aprendizagem, como a Casa da Descoberta da universidade e UFF Espaço Avançado.
O Ministério da Saúde vai aumentar a abrangência do Programa de Ensino Médico (Promed), atualmente com 20 Ifes. Nesse programa, porém, a UFF já se encontra incluída, selecionada no primeiro edital. A Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC garantiu manter o Programa Nacional de Extensão (Pronext) com orçamento, para 2005, de R$ 5 milhões para programa e projetos das universidades federais e R$ 1,5 milhão para as universidades estaduais, sendo que neste último caso, deverá haver contrapartida dos governos estaduais.
Os projetos e programas do Pronext atualmente em desenvolvimento – entre os quais os quatro da UFF – cujos relatórios exibirem bons resultados deverão ser prorrogados. O Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep) – responsável pelo Censo de Ensino Superior (Censup), pela primeira vez incluiu 11 questões destinadas à avaliação da extensão universitária. Tal inclusão provavelmente será importante na formação da matriz orçamentária das universidades federais e, dado o grande número de atividades da extensão na UFF, isso será bastante favorável à universidade.
Um dado resultante do Censup, divulgado no fórum, foi a constatação do avanço do ensino superior privado. Atualmente, somente 11% dos universitários do país estudam em instituições públicas e, em alguns anos, esse percentual vai diminuir para menos de 10%. Uma das causas desse avanço das faculdades pagas é a possibilidade de o aluno estudar à noite. Mas mesmo com esse crescimento do ensino privado, as atividades de extensão das universidades públicas se revelam muito mais produtivas, em relação às privadas, com três a quatro vezes mais ações e algumas vezes, como no atendimento à saúde, quase com a totalidade (98%).
No fórum, a UFF foi representada pelo pró-reitor de Extensão, Firmino Marsico Filho, e pelo coordenador de Integração Acadêmica, Ronaldo Pombo. Na ocasião, foi apresentada à comunidade extensionista nacional a revista “Interagir: pensando a extensão”, resultado de parceria da UFF com a Uerj.