O encontro foi realizado no Anfiteatro Aloysio de Paula, na última quarta-feira(4) e discutiu o corte de verbas públicas para a saúde, o subfinanciamento, e a falta de recursos, que acabaram ocasionando recentemente a suspensão das internações e cirurgias eletivas no Huap. Outro assunto em debate foi a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) nos hospitais universitários.
Participaram da reunião o vice-reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, o diretor-geral do Huap, Tarcisio Rivello, o diretor da faculdade de medicina José Carlos Trugilho, e o coordenador do curso de Medicina José Antônio Monteiro, além de demais representantes da Comunidade Acadêmica, com o objetivo de cobrar do governo medidas para melhoria das condições de atendimento nos hospitais.
O subfinanciamento na saúde foi um dos principais assuntos comentados. ?Existem problemas secundários, mas a principal causa do momento de crise é o subfinanciamento de saúde crônica, por isso a importância de trabalhar politicamente envolvendo todos os membros, conscientizando e responsabilizando as pessoas. Neste ano a Andifes anunciou que haveria 10% a menos de custeio (compras e serviços) e 50 % a menos de capital (realização de obras). Isso é uma irresponsabilidade do Governo Federal que não faz os repasses que têm que fazer?, explicou o vice-reitor da UFF Antonio Claudio Lucas da Nóbrega.
O diretor-geral do Huap Tarcisio Rivello comentou sobre os recentes cortes na área da saúde e a previsão de reduzir em 50% as verbas destinadas à área de média e alta complexidade dos hospitais. ?O sistema do governo está corroído e nos deixa enfraquecidos. Ao longo de 3 anos o Huap vem sendo desfinanciado. Em 2013 recebemos cerca de R$ 50 milhões, em 2014 recebemos R$40,5 milhões e até novembro deste ano recebemos R$ 31,6 milhões. Deveríamos receber cerca de 3,6 milhões / mês tendo em vista o custo e o aumento dos insumos do hospital que dispararam. Fechar uma unidade de internação eletiva é muito cruel”. Esta semana o Huap conseguiu a colaboração da Secretaria Estadual de Saúde que enviou de cerca de 66 mil itens de material médico-hospitalar.
O diretor da faculdade de Medicina José Carlos Trugilho falou sobre a importância da formação profissional que precisa ser melhor articulada com a rede. ?Somos parte do problema e queremos fazer parte da solução. Essa transparência é fundamental?. O professor acrescentou a relevância da participação e atuação do conselho deliberativo do hospital em busca de soluções para a atual situação.
“Precisamos identificar o problema para que nos leve a uma solução. Constitucionalmente temos que receber do Governo Federal uma determinada verba. Mesmo que obrigado pelo Ministério Público, o Governo precisa cumprir com os planejamentos orçamentários do hospital. Se a propaganda diz que temos mais médicos, mais faculdades , mais educação está na hora de cobrarmos?, reforçou o coordenador do curso de medicina José Antonio Monteiro.
Os estudantes fizeram alguns encaminhamentos, entre eles: a convocação imediata do Conselho Deliberativo do Huap e a participação na reunião de Comissão de crise do hospital para retomada das internações e cirurgias.
Reunião com Comissão de Crise
Na última quinta-feira (5), ficou definido a partir da reunião com a comissão de crise que a partir do dia 09 de novembro, poderão ser internados os pacientes eletivos com a consulta prévia da disponibilidade de insumos, onde cada serviço de cirurgia deverá estabelecer uma lista de prioridades para internação, sendo o mapa cirúrgico confeccionado diariamente. Deverão ser priorizados os pacientes já internados e os procedimentos de pequeno e médio porte poderão ser realizados, conforme disponibilidade de material e horário, obedecendo a fila de espera.