Na última sexta-feira, dia 26 de agosto, a Universidade Federal Fluminense marcou presença nas discussões do VIII Fórum Nacional de Reitores e Dirigentes, promovido pelo Canal Futura. Com o tema “Os desafios das universidades nos novos contextos da comunicação e da educação no Brasil”, o evento contou com a participação de mais de 60 reitores e demais gestores de instituições federais de ensino superior, entre eles o professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, dirigente máximo da UFF.
A oitava edição do encontro, em celebração aos 25 anos do Canal Futura e ao retorno às atividades presenciais, abriu espaço para o debate de temas importantes no cenário da educação brasileira, como pesquisa e inovação, acesso às universidades e diálogo com a sociedade. Evasão escolar e políticas públicas de permanência dos estudantes de graduação foram temas abordados por diferentes Reitores, sobretudo frente ao atual cenário de recorrentes cortes orçamentários.
Na ocasião, além de destacar os 10 anos da Lei de Cotas, o professor Antonio Claudio pontuou o retrocesso no sistema nacional de ciência e tecnologia, em particular na rede de universidades federais e dos institutos federais, em substituição a um processo de expansão. No seu olhar, existem ainda algumas informações falsas, que devem ser compreendidas e combatidas:
“O sistema universitário não está saturado, pelo contrário. No Brasil, temos cerca de 11% da população com nível superior e não mais que 20% de jovens matriculados no nível superior, o que é uma tragédia do ponto de vista de um projeto nacional que se pretende fazer pela autonomia e independência das pessoas através da educação. Nós precisamos multiplicar o sistema de ensino superior. Ademais, estamos vivendo um momento em que se coloca em xeque a eficiência das nossas instituições. Isso é também uma falácia, porque somos 3 instituições em uma só: de formação de nível superior; de pesquisa (mais de 90% das pesquisas do país são feitas nas instituições públicas); e somos também integração com a sociedade através de atividades extensionistas potentes que incluem atenção à saúde, com a eficiência dos hospitais universitários, assistência social, e muitas outras ações, na área de cultura, economia e meio ambiente. Portanto, somos um aparelho do povo brasileiro, absolutamente fundamental”, aponta o reitor.
Em entrevista ao Canal Futura, além de destacar a importância do evento e do aprendizado coletivo por meio de muitas proposições e experiências trocadas, Antonio Claudio refletiu sobre as políticas de permanência dos estudantes na universidade: “É importante transmitir para a sociedade que uma política de Lei de Cotas ou qualquer tipo de política afirmativa não é um favor para aquele indivíduo, mas um mecanismo para que ele possa contribuir de volta para a sociedade e torná-la ainda melhor para todos e todas. Essa compreensão de um projeto de nação facilita muito para o entendimento desses mecanismos necessários para que essa política aconteça”, afirma Nóbrega.
Nas discussões acerca do papel da comunicação no fortalecimento das instituições de ensino superior, a UFF contou com as contribuições do coordenador da TV Universitária, Rodrigo Alonso, representando a Superintendência de Comunicação Social no debate “Como encaminhar os desafios das universidades em 2023”. Para o coordenador, “o encontro reforça o momento de união entre as instituições no caminho de formação de uma grande rede de compartilhamento de ideias e conteúdos, além das possibilidades de produção coletiva. As TVs universitárias atuam no processo de transformação social, e o debate promovido neste evento reforça a importância das TVs públicas para as pessoas que ainda não têm acesso a internet”, declara Rodrigo.
Uma das propostas encaminhadas ao final do debate, que contou com representantes de diversas TVs Universitárias e Educativas, além de profissionais de comunicação de todas as regiões do país, foi a criação de um fórum anual de redes universitárias.