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UFF inaugura Instituto Confúcio em Niterói e estreita os laços com a China

Com o intuito de ampliar as relações acadêmicas e culturais da UFF, o reitor Sidney Mello representou a universidade, em novembro de 2017, em uma viagem oficial aos continentes europeu e asiático, que consolidou a posição de destaque internacional da instituição. A missão passou por Portugal, Inglaterra e, por fim, China, onde foi assinado o acordo com a Hebei Normal University, possibilitando a vinda do Instituto Confúcio (IC) para Niterói, nona cidade do Brasil a sediar a entidade. A solenidade de inauguração será realizada na próxima terça-feira, 28 de agosto, às 16h, no auditório Macunaíma, bloco B, à Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, s/nº, 4º andar, campus do Gragoatá.

Com a vinda do IC para o município, a universidade passará a integrar a rede internacional de instituições que difundem a língua chinesa e, sobretudo, estimulam a relação cultural e acadêmica com o país. Durante a cerimônia, o professor da área de Direito nas Relações Internacionais, Evandro Menezes de Carvalho, palestrará sobre as relações sino-brasileiras, cuja programação contará também com a apresentação de artes chinesas: balé, Kung Fu e caligrafia.

Os objetivos do IC, explica a superintendente de relações internacionais, Lívia Reis, são promover e ensinar aos brasileiros a língua e a cultura chinesas, despertar a curiosidade a respeito da história do país, além de expandir a área de pesquisa do chinês e do português para estrangeiros. “Eu serei a diretora brasileira da entidade e a professora Ana Qeiao, diretora chinesa do IC da PUC-Rio, também será a responsável pelo nosso instituto”, informa.

Trazer o Instituto Confúcio para nossa universidade nos coloca como referência junto a outras importantes instituições no mundo”, Sidney Mello.

Segundo Carvalho, a vinda do Confúcio é um passo significativo para o aprimoramento das relações da instituição e do estado do Rio de Janeiro com a China. “Cada vez mais a comunidade acadêmica passa a olhar para o país com atenção e tem o interesse de aprender o idioma chinês. A UFF já desenvolvia relações com o país e as universidades chinesas quando passou a integrar a Liga de Universidades dos Países (Brics), iniciativa que ajudei a desenvolver em parceria com a Fudan University que, desde 2015, recebe nossos alunos no Curso de Verão sobre o Brics”, explica.

“Há um ano, a UFF inaugurou o Centro de Estudos dos Países Brics e agora conta também com o IC, que dará um suporte fundamental no campo da cultura e do idioma chinês. Hoje, a China conta com 50 universidades que ensinam o português, evidenciando o valor que dão ao diálogo com os países de língua portuguesa. O país é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e é, atualmente, o maior investidor. Aprender o mandarim e desenvolver uma ampla compreensão da sua cultura é fundamental para quem pretende abraçar as novas oportunidades que a China traz para o mundo”, enfatiza Evandro Carvalho.

O instituto

As negociações sobre a instalação do IC na UFF começaram em 2013, a partir de acordos de cooperação entre as universidades brasileiras e a chinesa e com suporte pedagógico, cultural e financeiro da sede matriz do Instituto Confúcio ou Hanban – abreviatura em chinês de Escritório Nacional da China para Ensinar Chinês -, em Pequim. “Trazer o Instituto Confúcio para nossa universidade nos coloca como referência junto a outras importantes instituições no mundo”, exalta Sidney.

Com a inauguração do IC, a UFF se juntará a outras nove instituições de ensino brasileiras que sediam o instituto chinês: a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade de Brasília (UNB), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

A partir do início da década de 2000, o idioma e a cultura chinesa se expandiram no cenário internacional e se fortaleceram também no Brasil. A partir de então, a China começou a explorar o caminho para o estabelecimento dos Institutos Confúcio no exterior. “Nos últimos anos, o IC experimentou um desenvolvimento muito ativo, tornando-se um lugar onde se pode conhecer mais de perto a língua e a cultura chinesas, além de permitir intercâmbios culturais entre o país e o resto do mundo”, destaca Lívia.

Os cursos de chinês oferecidos pela universidade por meio do Programa de Línguas Estrangeiras Modernas (Prolem) e do Programa de Universalização de Línguas Estrangeiras (Pule) migrarão para o Instituto Confúcio, que terá um Centro de Línguas, com quatro turmas destinadas a moradores de Niterói e dos municípios vizinhos – como São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim -, bem como alunos, professores e servidores da UFF. O IC ficará localizado no andar térreo do Bloco A, também à Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, s/nº, no Campus do Gragoatá. “A chegada do Instituto Confúcio beneficiará não apenas nossa comunidade acadêmica, como também contribuirá para a difusão da cultura chinesa para a população de Niterói e região”, conclui Sidney Mello.

Alunos de Direito da UFF fazem intercâmbio na China

No último semestre, três graduandos do curso de Direito da UFF realizaram um curso de verão da Fudan University em Xangai: Ana Vitória Santos Lessa e Rodrigo de Almeida Cunha, de Niterói, e Roberta de Stefani Vianna, do campus de Volta Redonda. O programa contou com palestrantes dos países do Brics que apresentaram diferentes perspectivas sobre a cooperação entre os integrantes da liga, além de realizarem atividades de debate com alunos de diferentes nacionalidades. O curso consistia em três módulos: Diplomacia Chinesa, que abordava as relações exteriores da China com cada país do Brics e outras grandes potências; Cooperação entre os Brics, abordando aspectos econômicos, mas também relacionados à tecnologia e energia; e Feliz em Xangai, que contava com atividades culturais sobre a história e construção da cidade, além de aulas de Kung Fu e passeios guiados pela cidade promovidos pela universidade.

Segundo a aluna Roberta, estudar no país foi uma oportunidade única de aprendizado e imersão cultural. “A vida no campus é bem movimentada e integrada com a comunidade. Conhecer colegas de outros países do Brics foi uma experiência incrível, de muita troca e de possibilidades de estabelecer conexões com acadêmicos de diversas culturas”, ressalta a graduanda, que ao final do curso recebeu um diploma de conclusão de curso das mãos do vice-reitor da universidade, Chen Zhimin.

O chefe do Departamento de Direito de Volta Redonda, professor Marcus Wagner de Seixas, destaca que a UFF foi um dos Institutos Federais de Ensino (Ifes) que mais se expandiu graças ao Reuni, sendo a maior do país em diversificação de campi fora da sede. Nesse sentido, a consolidação dessa expansão e manutenção da qualidade na educação exige diálogo com o mundo. “A China é um parceiro comercial estratégico para o Brasil e de importância mundial cada vez mais proeminente. Nesse sentido, o envio de uma aluna de nosso departamento para intercâmbio com a universidade chinesa vem ao encontro dessas iniciativas de aproximação entre os dois países, que não deve se restringir somente aos aspectos comerciais, mas também culturais e educacionais”, salienta.

Atualmente, cerca de 8 milhões de pessoas se formam em nível superior por ano na China e a abundância de recursos destinados à educação, tecnologia e inovação atrai alunos e professores do mundo todo. Na opinião do professor, a pretensão da UFF é que o IC exerça um papel de catalisador e difusor da cultura chinesa entre nossos alunos, despertando cada vez mais o interesse deles não só pelas ciências exatas, mas também da área de ciências sociais aplicadas, como o Direito, pela língua falada por mais de um bilhão de habitantes do planeta, abrindo, assim, o leque não só para o inglês e demais línguas europeias. “Hoje a grande maioria dos estudantes quando pensa em fazer intercâmbio sempre traz à cabeça as universidades dos EUA ou da Europa. Entretanto, quem está antenado com o futuro – nem tão distante assim -, deve também abrir os olhos para a China”, garante Wagner.

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