A combinação de chuva e calor neste verão aumentou a proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, a elevação na quantidade de casos de dengue. Nesta edição do “UFF Responde”, a professora Cláudia Lamarca Vitral, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFF, traz informações valiosas sobre a doença.
Como alguém sabe que está com dengue?
Considera-se um caso provável de dengue aquele em que o indivíduo apresenta febre juntamente com dois dos seguintes critérios: náusea/vômito, irritação na pele, dores, prova do laço positiva e leucopenia. Uma vez diagnosticado com dengue, o paciente deve ficar atento ao desenvolvimento de possíveis sinais de alerta, principalmente dor abdominal, vômito persistente, sangramento de mucosa e letargia. Neste caso, o retorno ao local de atendimento deve ser imediato.
Quais são as principais medidas no combate à proliferação da doença?
Eliminar recipientes com água armazenada que possam se tornar possíveis criadouros. Cerca de 75% dos criadouros do mosquito da dengue está nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc). Por esse motivo, é preciso o empenho da sociedade para eliminar os criadouros e evitar água parada. As medidas são simples e podem ser implementadas na rotina. O Ministério da Saúde sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana.
A vacina contra a dengue é segura? Quem pode tomar?
A QDenga, vacina fabricada pela Takeda em Osaka, Japão, tem demonstrado ser segura para as pessoas, independentemente de terem sido previamente infectadas, e tem uma taxa de eficácia global de 73%. A vacina pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos. Como todo imunizante de vírus vivo, a Qdenga é contraindicada para gestantes e pessoas quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora.
O Brasil está na vanguarda ao incluir o imunizante Qdenga no SUS. Ele protege contra todos os sorotipos do vírus?
De acordo com os dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a Qdenga demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Durante o estudo, o DENV-4 não pôde ser avaliado porque havia poucos casos de dengue causados por esse sorotipo.