Nos últimos dois anos, o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), sob a gestão compartilhada com a Ebserh, apresentou importantes avanços e conquistas. Foi concluída a reforma de 72 consultórios ambulatoriais e a reativação de 38 leitos que estavam desativados por falta de pessoal e estrutura adequada. Além disso, a climatização das enfermarias foi concluída e a reforma da maternidade e do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) tem previsão de finalização ainda para 2019.
No mesmo período, houve um acréscimo de 63% no número de atendimentos assistenciais realizados, saltando de 742 mil por ano para 1,2 milhão. A revisão da contratualização de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) foi revista, tendo um incremento de 18%, saltando de R$ 35,7 milhões por ano para R$ 42,2, o que significa a possibilidade de ter mais pessoas atendidas gratuitamente.
Segundo o reitor da UFF, Antonio Claudio da Nóbrega, esses avanços têm base nas ações da Ebserh e no compromisso da UFF de fazer a gestão verdadeiramente compartilhada. “Os princípios que nos regem são responsabilidade, inovação, transparência, interesse público e determinação para sermos referência na atenção à saúde 100% gratuita pelo SUS e na missão universitária de formação de profissionais, produção do conhecimento e interação com a comunidade. Nosso objetivo é sempre expandir os serviços de forma responsável, oferecendo dignidade, profissionalismo e humanidade aos atendidos e a toda a comunidade acadêmica. Por exemplo, o projeto pioneiro de climatização das enfermarias foi concretizado com recursos da UFF, sem comprometer o orçamento do HUAP”, reforça.
Quanto ao funcionamento do hospital universitário no contexto da saúde pública em geral, o reitor afirma que “é fundamental que o Huap esteja cada vez mais inserido na rede pública de saúde como unidade referência de média e alta complexidade com máxima qualidade. Isto significa inclusive poder contra-referenciar os pacientes de volta aos seus municípios de origem como determina a Lei do SUS, quando for o caso de cuidados possíveis de serem oferecidos próximos à própria residência. Desta forma, abrem-se mais vagas no Huap, permitindo o atendimento a ainda mais pessoas”.
Uma das pacientes do Huap é Deise da Silva, 37, moradora de Niterói, que iniciou tratamento oncológico no ano passado. Deise participou do evento “amor em cada fio”, que consistiu na doação de perucas para mulheres em tratamento quimioterápico. Na ocasião, ela comentou seu estado de espírito antes e depois do evento de humanização da saúde. “Minha autoestima andava baixa, já não me olhava no espelho, também fiz tratamento com psiquiatra no Antonio Pedro. Saí ótima, motivada e digo que vai ser tranquilo usar a peruca todo dia”, disse.
Ao trabalho de humanização da equipe assistencial, une-se a melhoria na gestão, refletida, por exemplo, na habilitação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Coronariana, que foi inaugurada em 1995, reformada em 2012, mas não era habilitada até a chegada da Ebserh. Outros serviços iniciaram seus respectivos processos de habilitação após Ebserh: Alta Complexidade em Oftalmologia; Terapia Nutricional; Atendimentos Terciários a Gestação de Alto Risco, quatro leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e uma de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru, 10 leitos de UTI adulto e Laboratório de Citopatologia Cervical.
Para o superintendente do Huap, Tarcísio Rivello, antes da Ebserh a governança era restrita. “Hoje temos uma gestão transversal, planejada com a organização dos processos de trabalho nas diferentes gerências. Criou-se também uma expectativa em virtude da existência de um ponto de apoio importante junto aos ministérios, no que se refere a logística de gestão na área de tecnologia da informação, de recursos humanos, do parque tecnológico, dentre outros, trazendo assim uma visão futura sob uma perspectiva otimista. Outro ponto a ser destacado é o fortalecimento do relacionamento entres os hospitais da Rede Ebserh, na troca de experiências de gestão e na formação de fato de uma rede”, destacou.
Mais avanços
Também foi iniciada a implementação do Modelo de Gestão de Atenção Hospitalar, que envolve a utilização de ferramentas assistenciais como a Unidade de Produção (espaços de decisão colegiada multidisciplinar, que têm o intuito de capturar problemas de diversas ordens e suas soluções), Kanban (um tipo de cartão de sinalização que controla, por meio de cores, a permanência de pacientes nas unidades de saúde, para alertar sobre prazos prolongados, a fim de otimizar o tratamento), Núcleo Interno de Regulação (que gerencia os leitos no nível hospitalar de forma centralizada) e o Painel de Indicadores (instrumento usado para revelar se os outros dispositivos estão gerando eficiência e efetividade clínica.
Em relação à força de trabalho, o Huap já contratou 339 funcionários por meio de concurso público. “E todos os candidatos aprovados dentro do número de vagas serão convocados no prazo de validade do certame”, explica Rivello.
Na parte de ensino, pesquisa e extensão, em 2018 foram destinados recursos específicos que possibilitaram complementar os investimentos com verba da Reitoria e de emenda parlamentar da Faculdade de Medicina necessários à implementação de um Centro de Simulações Realísticas, o qual fará parte do treinamento de médicos residentes, profissionais do hospital e alunos da graduação em Medicina e Enfermagem. Os recursos também foram utilizados para a instalação de um estúdio de gravação de aulas para ensino à distância (EaD), um Núcleo de Telessaúde, uma sala de aula, uma área equipada com computadores para montagem das aulas EaD, uma sala com computadores para treinamento e uma sala de reuniões.