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Expansão da Rede UFF de Caracterização de Materiais ajuda a impulsionar pesquisas científicas

Além de facilitar a interação de pesquisas com o setor produtivo, a adesão de novos equipamentos visa a integração de diferentes laboratórios e grupos de pesquisa

O projeto de Expansão da Rede UFF de Caracterização de Materiais, vinculado ao Departamento de Física da Universidade Federal Fluminense, está entre as duas iniciativas selecionadas pelo edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para adequação e implantação de infraestrutura acadêmica. O programa consiste na aquisição de equipamentos tecnocientíficos melhores e na colaboração entre pesquisadores, o que potencializa o avanço de diferentes tipos de pesquisas dentro da instituição, ajudando a melhorar a qualidade de ensino.

Além disso, o projeto cumpre o papel de diminuir os custos de utilização de equipamentos tecnológicos e, desse modo, facilita-se a interação da pesquisa com o setor produtivo. De acordo com a coordenadora do projeto e professora de Física da UFF, Kita Macario, uma maior disponibilidade de aparelhos sofisticados para a realização de diferentes tipos de pesquisas dentro da universidade traz melhorias tanto nas pesquisas científicas quanto no ensino e na extensão.

“A vantagem desse tipo de ação é gerar oportunidades de a comunidade acadêmica produzir mais conhecimentos e solucionar novos problemas que, talvez, sem a interação com diferentes grupos acadêmicos não seria possível. Além disso, tem-se a possibilidade de contribuir com o desenvolvimento tecnológico do país, fortalecendo cada vez mais o papel da ciência na sociedade”, destaca a professora.

Microscópio eletrônico de varredura (MEV) localizado no LaMAR da UFF.

As verbas para a obtenção dessas ferramentas serão provenientes do recurso da Finep e de outras empresas. A dinâmica de uso pelos diferentes departamentos será definida pelo comitê gestor, mas todos terão a oportunidade de utilizá-los ao realizarem a sua solicitação. Dessa forma, o projeto estimula a interação com as unidades fora de Niterói.

A seleção dos equipamentos a serem adquiridos foi definida pela equipe do projeto, considerando as demandas de utilização, o grau de dificuldade para acessar, com foco na ampliação de técnicas não existentes na UFF e, sobretudo, na versatilidade do atendimento às demandas de pesquisadores.

“Quando se tem uma infraestrutura compartilhada, as oportunidades de desenvolvimento das carreiras científicas de professores e alunos é amplificada pelo simples acesso às possibilidades de investigação e de desenvolvimento tecnológico”, afirma o professor do Departamento de Física da UFF de Volta Redonda, José Augusto Huguenin.

Como a coordenadora do projeto explica, além da compreensão dos conteúdos através das aulas teóricas, os alunos podem “sentir” a ciência com os equipamentos. Do ponto de vista da educação básica, as ações extensionistas de divulgação científica, como o “UFF de Portas Abertas”, podem ser traduzidas como um grande incentivo para que os alunos do Ensino Médio ingressem em carreiras científicas e tecnológicas.

“A pesquisa experimental depende cada vez mais dos equipamentos avançados e a disponibilidade desses equipamentos é muito limitada. Um exemplo é o microscópio eletrônico de transmissão disponível no nosso laboratório, que é um dos únicos microscópios de alta resolução de Niterói. Há uma demanda grande para a utilização desse tipo de equipamento nas diversas áreas como Física, Química, Engenharia Química, Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Nanotecnologia, sendo o acesso a estes comumente muito restrito. A disponibilidade dos equipamentos avançados permite a aceleração e a melhoria das pesquisas das instituições de ensino. Com certeza, este projeto será positivo para a educação dos nossos alunos, pois permite um contato direto com os avanços científicos”, complementa o professor Yutao Xing, coordenador do LaMAR – Laboratório de Microscopia Eletrônica de Alta Resolução (UFF).

Aluno de Pós-Graduação e Aluna de Graduação realizando medidas no Elipsômetro - LMCM – ICEx - Volta Redonda

Segundo a plataforma Dialogando Vivo, em pesquisa realizada em 2020, mais da metade dos professores da rede pública brasileira de nível superior utilizam tecnologia digital regularmente em sala de aula e o aspecto limitador mais frequente para o uso de recursos tecnológicos é a falta de infraestrutura.

A partir do processo de elaboração de técnicas científicas através dos usos desses novos equipamentos adquiridos, cria-se a expectativa de uma melhor visibilização dos potenciais estudos. Dessa forma, as atividades e processos relacionados com aquisições de materiais promovem o surgimento mais dinâmico de novas soluções tecnológicas e descobertas científicas. Como destaca o professor José Augusto Huguenin: “ampliar as técnicas e o acesso a elas constitui um fator importantíssimo para a melhoria não só quantitativa dos trabalhos científicos, mas, sobretudo, da qualidade da investigação em temas fundamentais e aplicados”.

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