Na última sexta-feira, 17 de agosto, a UFF através da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes) realizou mais uma edição do Acolhimento Estudantil (AE) no campus do Gragoatá. O evento busca recepcionar os novos alunos da universidade de forma descontraída, recebendo não só calouros, como também veteranos e alunos visitantes do ensino médio. Além da participação de projetos como o Sensibiliza UFF, TV Bandejão, Ciências sob Tendas e das atléticas, a edição contou também com uma gincana, DJ e torcidas animadas. Para o coordenador de apoio acadêmico da Proaes, Thiago José Silva, o Acolhimento foi um sucesso. “A adesão, como nas edições anteriores, foi bastante representativa, com o envolvimento de cerca de 1500 estudantes”, comemora.
Para a caloura do curso de Biblioteconomia, Leticia de Souza, que perdeu o primeiro trote, o AE é o momento de “conhecer a galera, se enturmar e não ficar sozinha por Niterói”. Já a veterana do 3º período do curso de Relações Internacionais, Maria Helena explica: “quando a gente chega na faculdade, está meio perdida e não sabe direito o que fazer. O Acolhimento permite integrar todo mundo e conhecer pessoas de outros cursos. Vim no 1º período, achei muito legal e pretendo vir sempre”.
Pelo terceiro ano consecutivo, o Ciência sob Tendas marcou presença no Acolhimento. Nesse semestre, o projeto de extensão, que tem como objetivos divulgar e popularizar temas científicos de forma inclusiva, ofereceu uma série de brincadeiras para despertar o interesse dos alunos, como um jogo da memória em Libras e um manequim através do qual se podia conhecer o corpo humano por dentro. Segundo o coordenador das atividades do projeto, Gustavo Henrique Alves, “é importante o aluno ter contato desde o início da graduação com projetos de extensão, fazendo a transposição do conhecimento da academia para uma linguagem mais acessível. Dessa forma, ele consegue passar à sociedade a importância de se manter a pesquisa e o desenvolvimento da ciência nas universidades”.
É muito gratificante, ao longo dos anos, conhecer pessoas que estiveram conosco no Conheça a UFF e atualmente são alunos da instituição”, Renato Vasconcellos.
A Divisão de Acessibilidade e Inclusão – Sensibiliza UFF também participou do evento, oferecendo uma vivência de acessibilidade e inclusão e promovendo um quiz com perguntas sobre o tema. O programa tem como objetivo criar e implantar políticas de acessibilidade visando à permanência daqueles com deficiência ou outras necessidades educacionais especiais na universidade. De acordo com a coordenadora, Lucília Machado, jornalista e funcionária da UFF há 34 anos, “estamos aqui para marcar o território e receber os estudantes com ou sem deficiência, falar do nosso trabalho, fazer uma oficina de sensibilização, na qual por alguns minutos a pessoa tem a experiência de se sentir cego ou de andar sobre rodas”. Para a advogada e servidora do Sensibiliza, Tatiana Mendonça, que, como Lucília, também é deficiente, “é importante dizer para o aluno que nós existimos, que estamos aqui e que ele pode nos procurar”.
O AE também conta com a presença de jovens do ensino médio, que veem no evento uma oportunidade de conhecer a universidade de maneira leve e receptiva. Para os estudantes do terceiro ano, Paloma, Giovanna e Caio Leonardo, o Acolhimento é a chance de explorar a instituição antes de decidir onde pretendem se graduar. De acordo com Giovanna, que pensa em cursar Publicidade e Propaganda, o AE é “uma forma de conhecer a estrutura da universidade e também os cursos”.
O Conheça a UFF é uma atividade de integração com os alunos do ensino médio que também ocorre durante o Acolhimento Estudantil. O objetivo é apresentar a instituição aos futuros universitários, esclarecendo suas dúvidas e promovendo a integração com os graduandos. A atividade conta com palestras gerais onde são apresentados os três pilares da academia – ensino, pesquisa e extensão -, as bolsas e os auxílios, a moradia estudantil, o bandejão, o BusUFF, as unidades fora da sede, as possibilidades de estudo no exterior e a relação da universidade com a sociedade. Depois, os participantes são divididos de acordo com suas áreas de preferência, como biológicas, exatas e humanas. Após um walking tour pelo Campus do Gragoatá, eles se juntam aos calouros e veteranos na quadra.
A escolha da Pares Cátedra do Rio de Janeiro como instituição que receberá os donativos arrecadados no Acolhimento Estudantil tem como objetivo principal estreitar ainda mais os laços institucionais com os refugiados. Assim, exercitamos uma das vocações da UFF, que é ser uma universidade atenta aos problemas sociais”, Thiago José Silva.
Segundo o coordenador do programa, Renato Vasconcellos, essa edição contou com a participação de dez escolas e de aproximadamente 450 alunos, além da colaboração de vinte voluntários dos cursos de graduação. “Temos um controle junto às escolas de quais estudantes participam do programa e posteriormente iniciam seus estudos aqui. É muito gratificante, ao longo dos anos, conhecer pessoas que estiveram conosco no Conheça a UFF e atualmente são alunos da instituição”, ressalta.
A gincana do AE, lançada em 2016 devido aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, é a atividade que mais mobiliza os universitários, unindo a atividade lúdica ao entusiasmo das torcidas. Desta vez, a brincadeira foi marcada por competições de corrida de saco, complete o dito popular, cabo de guerra, karaokê e ainda um circuito em equipe. Durante o intervalo, que contou com uma mesa de cachorro-quente, o DJ foi o responsável por entreter os participantes, e provocou um flash mob instantaneamente ao som de Madagascar, do MC Edy Lemond, que tirou quase todos da arquibancada em uma animada coreografia.
A empolgação das atléticas foi recompensada com a premiação de primeiro, segundo e terceiro lugar na gincana para os cursos de Enfermagem, Turismo e Engenharia Ambiental. Já a melhor torcida ficou também por conta da Enfermagem. Foram as atléticas também as responsáveis por organizar com os calouros a entrega de doações de materiais de higiene pessoal e de alimentos não perecíveis. Ao todo, foram 300 kg arrecadados para doação à Pares Cáritas RJ (link: http://www.caritas-rj.org.br/), que possui um programa de atendimento a refugiados e solicitantes de refúgio. A caloura do curso de enfermagem, Maira Brito, ressalta a importância desse tipo de ação e afirma: “com certeza, foi o olhar para as causas sociais que me trouxe ao Acolhimento Estudantil”.
Recentemente, a UFF se tornou a primeira instituição federal do Rio de Janeiro a aderir à Cátedra Sérgio Vieira de Mello, que tem como objetivo facilitar o ingresso na graduação e agilizar a revalidação de diplomas da população refugiada. “A escolha da Pares Cátedra do Rio de Janeiro como instituição que receberá os donativos arrecadados no Acolhimento Estudantil tem como objetivo principal estreitar ainda mais os laços institucionais com os refugiados, que em suas trajetórias de vida passaram por diversas turbulências e esperam aqui – em nosso país – recomeçar suas vidas. Assim, exercitamos uma das vocações da UFF, que é ser uma universidade atenta aos problemas sociais”, conclui o coordenador de apoio acadêmico da Proaes, Thiago José Silva.