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UFF se destaca no Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia

A Universidade Federal Fluminense teve cinco aprovações no Edital do Programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, INCTs. A chamada foi divulgada no dia 11 de maio e teve 252 propostas aprovadas de um total de 345. Os projetos da universidade contemplados foram Redes Proprietas, Física Nuclear e Aplicações, Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos, Biotecnologia Marinha e (In) Atividade Física e Exercício.

O resultado foi expressivo para a UFF que só possuía um instituto integrante do programa. De acordo com o vice-reitor Antonio Claudio da Nóbrega, as aprovações decorrem de uma política de desenvolvimento científico-tecnológico de longo prazo. “Nos últimos 20 anos, a universidade ganhou uma característica de maior produção de conhecimento, quando as pós-graduações se fortaleceram. Elas foram ganhando impulso, priorizando ações institucionais de estimulo à pesquisa de alto nível”, explica ele.

O vice-reitor ressalta que alguns dos marcos dessa política foram a criação da lógica de editais para distribuição de recursos pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Proppi, a criação da Agência de Inovação Tecnológica da UFF , concessão de bolsas para projetos de alunos do Colégio Universitário (Coluni) e também de bolsas de iniciação científica para inscritos no programa de pós-doutorado, dentre outras ações. “Foi um conjunto de medidas que favoreceu a criação de um ambiente institucional que valorizou os talentos e capacidades desses professores e grupos de pesquisa para que sinergicamente pudéssemos obter esses resultados”, declara.

O professor Antonio Claudio da Nóbrega também é responsável pelo projeto (In) Atividade Física e Exercício contemplado nos INCTs que visa promover ações imediatas que estimulem a prática de exercícios físicos e intensifiquem a geração de conhecimentos científicos aplicáveis sobre a temática. Segundo ele, a participação no programa trará modernização da infraestrutura, potencialização do uso dos equipamentos, aumento do financiamento de bolsas e uma maior interação entre os setores público e privado.

“O projeto se tornará referência dos fóruns de discussão sobre a questão e suas múltiplas dimensões, colocando a UFF em evidência”, ressalta a coordenadora do Redes Propietas Márcia Motta.

O Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos obteve pela segunda vez a aprovação no programa dos INCTs. A pesquisa visa promover uma interlocução entre as ciências sociais e as ciências sociais aplicadas, especialmente entre a Antropologia e o Direito, resultando na formação de profissionais com experiência na formulação e realização de pesquisas empíricas e no desenvolvimento de projetos que tomam o Direito como um parceiro na produção conjunta de conhecimento. “A maior conquista desta estratégia foi a criação de dois cursos superiores, um de graduação presencial nível bacharelado em Segurança Pública e um de tecnólogo em Segurança Pública à distância. A UFF passou a ter três cursos e um Departamento de Segurança Pública, fato inédito no Brasil”, declara Roberto Kant de Lima, coordenador do trabalho.

As expectativas também são grandes entre os professores responsáveis pelas demais pesquisas aprovadas. Paulo Silveira Gomes afirma que é muito importante para a UFF sediar e coordenar um INCT. O coordenador do projeto Física e Aplicações acredita que esse resultado é uma prova da qualidade acadêmica e mostra o papel de liderança que a universidade possui. “É um marco para minha área de estudo e para a UFF como um todo”, conta ele.

O Instituto Física e Aplicações visa obter recursos para organizar a área de pesquisa, através de colaborações científicas entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com a elaboração de workshops e atua também na captação de verbas para equipamentos de diversos laboratórios do Brasil.

Renato Crespo Pereira, coordenador do projeto Biotecnologia Marinha, afirma que a aprovação no edital simboliza um reconhecimento nacional e internacional da relevância da pesquisa realizada na instituição, pois o comitê de julgamento é constituído por profissionais brasileiros e estrangeiros, o que traz maior reconhecimento.

O pesquisador ressalta a importância de sua pesquisa, esclarecendo que ela traz uma perspectiva inovadora e pretende reunir diferentes escalas de abordagem de regiões mesozoicas e de profundidade do litoral. A proposta do trabalho é criar um ambiente científico e formação de pessoal qualificado, utilizando uma visão integrada sobre a biodiversidade, potencial biológico e identificação molecular do pescado do mar profundo brasileiro.

Na opinião da historiadora Márcia Motta os benefícios para a universidade com essa conquista serão notórios. A coordenadora do Redes Propietas explica que a proposta de seu trabalho é analisar a historicidade da noção de propriedade (agrária, urbana, creditícia e intelectual), as múltiplas leituras sobre bem comum e a defesa dos direitos de acesso. Segundo a historiadora ” o projeto se tornará referência dos fóruns de discussão sobre a questão e suas múltiplas dimensões, colocando a UFF em evidência”.

Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnolologia (INCTs) são financiados pelo Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação. O programa atua em nível nacional com parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e agências estaduais de fomento à pesquisa (Faperj, Fapesp, Fapemig, entre outras). O objetivo é mobilizar os melhores grupos de pesquisa brasileiros, promover o avanço da ciência e da tecnologia, articulando áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país.

O INCTs também atua na criação de estruturas de ensino estimulantes para jovens desde o ensino médio até a pós-graduação. O programa apoia a instalação e o funcionamento de laboratórios em instituições de ensino e pesquisa e em empresas com o objetivo de impulsionar a competitividade internacional do país.

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