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UFF Volta Redonda se destaca em competições internacionais de robótica

UFFight Robótica é um Projeto de Extensão que surgiu em 2012 a partir da empolgação dos alunos dos cursos de engenharias da UFF Volta Redonda ao serem desafiados a construir um protótipo capaz de exemplificar princípios fundamentais da mecânica.

Além de desafiar seus integrantes a estudar, aprender e inovar, o projeto tem como objetivo central introduzir os alunos à robótica – que integra várias modalidades da engenharia – e construir robôs para competições em várias categorias como sumô, seguidor de linha e trekking. De acordo com os professores do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda (EEIMVR) Flávio Feiteira e Flávia de Paula Vitoretti e coordenadores do projeto, a empolgação impulsionava tanto os estudantes que viravam noites acordados buscando soluções criativas para os problemas propostos.

O capitão da equipe e estudante de Engenharia Mecânica, Sérgio Ribeiro, explica que todas as etapas da montagem dos protótipos são desenvolvidas na UFF. “Trabalhamos o robô do zero, fazendo todo o projeto mecânico e eletrônico. Após isso, partimos para a montagem, usinagem de componentes e produção de placas de circuito eletrônico”, enfatiza.

Segundo Feiteira, desde sua criação, 184 alunos já contribuíram com o projeto. Em média, a cada ciclo competitivo, 25 alunos se dedicam ao trabalho. “A cada ano entram e saem participantes, mas procuramos nos manter com essa média, que garante que as atividades sejam realizadas dentro dos prazos estabelecidos”, descreve.

Desde 2015, a equipe faz parte do calendário competitivo da robótica na América Latina. Nessa trajetória, já conquistou quatro troféus, sendo um de campeão, dois de vice-campeão e um de terceiro lugar. Além disso, já se destacou algumas vezes entre os dez melhores das competições. “Esses resultados fazem do nosso grupo uma referência em robótica e inovação tecnológica na região Sul Fluminense”, ressalta Feiteira.

Atualmente, o projeto conta com a participação de alunos dos quatro cursos de engenharia oferecidos na EEIMVR: Mecânica, Metalúrgica, Produção e Agronegócios. Porém, como as necessidades do grupo são interdisciplinares, os únicos pré-requisitos para se participar de um processo seletivo do UFFight são ser estudante de qualquer curso da UFF e se interessar por robótica.

Para a estudante de Engenharia Mecânica e líder da gestão da equipe, Letícia Estrela, o UFFight Robótica agrega muito no desenvolvimento profissional do aluno de engenharia. A multidisciplinaridade do projeto, que une os conhecimentos das salas de aula com os estudos da área de eletrônica e programação, possibilita um salto no desenvolvimento dos participantes. “Aprendemos a lidar também com gestão, trabalhando como se fosse uma empresa, gerindo finanças e delegando funções. É motivador saber que fazemos parte de um time tão premiado e que cresce e se supera a cada competição”, conclui.

As competições latino-americanas são realizadas pela RoboCore, responsável por patrocinar a maior competição de Robótica da América Latina. “É uma empresa brasileira, com sede em São Caetano do Sul, São Paulo, onde mantém uma loja com grande variedade de componentes mecatrônicos necessários à construção de robôs. Desde 2005, a RoboCore estimula a robótica no país através de competições entre grupos de várias instituições nacionais e estrangeiras, com a participação de universitários e de alunos dos ensinos médio e fundamental”, explica Feiteira.

Segundo o coordenador, a equipe almeja expandir e competir em outros lugares do mundo. “Um dos nossos maiores sonhos é poder participar de duas competições, a RoboGames, que é o Campeonato Mundial de Robótica realizado anualmente na Califórnia, e o International Robot Sumo Competition, que é o Campeonato Mundial de Robótica exclusivo da categoria Sumô, realizado anualmente no Japão”, acrescenta.

Para o coordenador do projeto, além das aulas regulares de disciplinas do curso de graduação relacionadas à área (Mecânica, Dinâmica, Controle Linear e Introdução à Robótica, entre outras) e de disciplinas da Pós-graduação acessíveis através do Programa de Altos Estudos da UFF, (Propagação de Ondas, Redes Neurais Profundas, Processamento de Sinais, e Métodos Computacionais, entre outras), os professores da EEIMVR contribuem com o UFFight orientando trabalhos de iniciação científica, projetos de fim de curso e dissertações de mestrado em temas ligados à robótica.

A partir deste segundo semestre de 2017, o UFFight conta com a participação de alguns estudantes da Escola de Engenharia de Niterói. De acordo com Feiteira, esta parceria está ainda na fase inicial. “Estamos marcando uma reunião entre estudantes dos dois campi, via videoconferência, para compartilhar a trajetória e os conhecimentos de cada equipe. Acreditamos que vários desafios computacionais, mecânicos e eletrônicos que enfrentamos, possam ser compartilhados com eles, pois em seus integrantes há graduandos dos cursos de Ciência da Computação, Telecomunicações e Engenharia Mecânica. Além disso, o professor do Instituto de Computação da UFF (IC-UFF), Esteban Clua, doou-nos uma placa eletrônica da NVIDIA e colabora conosco convidando-nos para eventos e palestras de sua área”, justifica.

Na opinião de Feiteira, a técnica de ensino baseada na expressão “hands on approach” (mão na massa), em oposição à abordagem excessivamente teórica, estimula os alunos. Segundo ele, não há exame nem prova de conhecimento mais real que a proporcionada por uma competição de engenharia, por isso, o sucesso de projetos de extensão como o UFFight, o BAJA, o UFForce e o de lançamento de foguetes.

Flávio Feiteira argumenta que a necessidade de resolver problemas reais de seus protótipos mostra claramente aos estudantes a vantagem e a necessidade de se dedicarem ao aprendizado da teoria e de ferramentas matemáticas e computacionais indispensáveis à modelagem dos fenômenos físicos. “Estudar equações diferenciais, física, métodos numéricos e eletricidade passa a ser muito interessante, invalidando o uso da expressão “não serve pra nada”. Outro fator que eleva o entusiasmo e a integração de discentes e docentes no UFFight, é o desafio que robótica impõe. O sucesso a ela relacionado amplia nosso orgulho acadêmico institucional através da possibilidade de divulgar o nome da instituição”, enfatiza.

Para o estudante de Engenharia Mecânica e membro do robô Trekking, Walter Chagas, a área da robótica é especialmente atraente pois é uma atividade que, além de prazerosa, é também muito instrutiva. “Meu interesse na área também surgiu pela busca de uma adequação ao mercado de trabalho atual e futuro, que cada vez mais cresce na área de automatização de processos e trabalhos com inteligência artificial”, justifica.

UFFight conquista posição de destaque em competição Latino-Americana

A equipe UFFight de robótica participou no período de 06 a 09 de julho da competição Winter Challenge realizada pela RoboCore na cidade de São Caetano do Sul, São Paulo. O grupo atuou em quatro categorias do evento e representou a UFF nas categorias Seguidor de Linha Pro, Trekking Pro, Mini Sumô Autônomo e Sumô RC 3Kg. A equipe da UFF se destacou competindo contra engenheiros de dentro e fora do país ,e alunos de universidades de todo o Brasil. O melhor resultado foi com o robô Paladino, que participa da categoria Sumô Rádio Controlado de 3Kg, e já foi vice-campeão da edição Summer Challenge de 2015. Após vencer grandes competidores, como USP e Unicamp, Paladino terminou sua participação no evento com o 4º Lugar.

Agora, o UFFight já se prepara para novos desafios e busca resultados ainda melhores para o próximo ano. Confira o trabalho através da página no Facebook: https://www.facebook.com/uffightvr, pelo Instagram @uffightrobotica e acompanhe os combates através do canal do Youtube: UFFight Robótica.

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