A imunização ainda é a melhor arma de proteção para afastar complicações mais agravadas da gripe, resfriado, coronavírus, entre outras doenças. Com a adoção de medidas simples e adesão às vacinas, podemos construir um ambiente mais saudável. A propósito, a campanha de vacinação contra influenza e Covid-19 foi prorrogada na maior parte das cidades fluminenses para garantir maior cobertura de imunização. Agora é a vez da comunidade acadêmica (estudantes, professores e técnicos) dar a contribuição, mantendo a carteira de vacinação em dia.

 

Conheça os benefícios da imunização e elimine os mitos que mantêm você longe dos postos de saúde. Em entrevista, o professor André Ricardo Araujo da Silva, especialista em infectologia pediátrica, aprofunda o tema.

 

1 – Como combater a desinformação e o movimento antivacina que ainda circula nas redes sociais em relação à segurança e à eficácia das vacinas?

 

André Ricardo: “É importante apresentar os benefícios das vacinas de forma clara e objetiva. Trata-se de uma conquista da humanidade. E, há mais de 200 anos, milhões de vidas foram salvas pelo desenvolvimento dos imunizantes para os mais diversos tipos de doenças infecciosas como poliomielite, varíola, rubéola , dentre outras. Existe um percentual de eventos adversos, sim, mas na esmagadora maioria dos casos isso não interfere de maneira significativa na saúde das pessoas. E mesmo assim, as vacinas só são liberadas para população depois de várias etapas de testes e aprovação das agências nacionais de saúde.”

 

2 – Acredita que a sensação de segurança provocada pela quantidade maciça de doses de reforço aplicadas até agora contra a Covid-19 afetou a procura por outras imunizações nos postos de saúde?

 

André Ricardo: “Provavelmente sim, no entanto, tomando como base uma pandemia nunca antes vista e, com tanta intensidade, as doses se fizeram necessárias para proteger a maior parte da população das formas graves da doença. Isto pode ter sido extrapolado erroneamente para as outras vacinas já existentes e que sempre se mostraram seguras e eficazes.”

 

3 – A baixa cobertura vacinal em bebês e crianças é uma realidade no país e alvo de campanhas frequentes. Mas em relação ao adulto pouco se fala. Quando o adulto deve procurar o posto de saúde e tomar doses adicionais e de reforço de diferentes doenças?

 

André Ricardo: “O Ministério da Saúde possui diversos calendários vacinais, de acordo com o estágio da vida. Isso é outro ponto que deveria ser mais enfatizado e divulgado, pois o senso geral é que só existem vacinas para crianças e não para o resto da população. Por exemplo, existe o calendário vacinal da criança, do adolescente, da grávida e do adulto e idoso. As vacinas do adulto e idoso são: vacina contra hepatite B, difteria e tétano, febre amarela, sarampo, caxumba e rubéola ( combinadas em uma única vacina) e pneumocócica 23 –valente ( que protege contra formas graves de  meningite, sepse, pneumonias, sinusites e otites causadas por uma bactéria chamada pneumococo).”

 

4 – Há o risco de no curto prazo haver surtos ou uma mutação viral substancial que prejudique a população, caso se mantenha uma proteção coletiva inadequada?

 

André Ricardo: “Em relação ao SARS-COV-2, vírus causador da COVID-19, sempre é possível, mas pouco provável que este quadro ocorra nos próximos anos. O monitoramento contínuo da infecção através do monitoramento das mutações irá indicar essa possibilidade. O que deve ocorrer é que as vacinas contra a COVID-19 devam ser atualizadas anualmente, contemplando as variantes com maior circulação, a exemplo do que ocorre com a vacina contra o vírus da influenza”

 

5 – Por quais motivos a comunidade acadêmica não pode baixar a guarda e continuar se vacinando contra a Influenza e a Covid 19, por exemplo?

 

André Ricardo: “Pelo fato da existência da maior circulação dos vírus respiratórios em determinadas épocas do ano e que é chamada de sazonalidade. No hemisfério sul, onde estamos localizados, a sazonalidade normalmente tem ocorrido em meados do outono se estendendo até o meio do inverno. Na região Norte do Brasil, há uma tendência da sazonalidade ocorrer acompanhando o que ocorre no hemisfério norte, ou seja, em novembro e dezembro de cada ano. Nestes períodos de sazonalidade, a maior arma sem dúvida é a prevenção através das vacinas existentes”.

 

Mais saúde!

 

O professor Bruno Chapadeiro Ribeiro, do Departamento de Psicologia de Volta Redonda, ministra palestra sobre Saúde Mental no Trabalho para servidores da universidade no auditório do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, no campus Gragoatá, no dia 27/06, às 10h. Veja a programação completa em: https://bit.ly/3NxoM9W

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