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UFF participa de podcast que mobiliza cientistas para enfrentar crise no RS e combater desinformação

O programa reúne diariamente especialistas de diversas áreas sobre a crise climática para análises e propor soluções

Universidades federais organizadas em rede estão veiculando, diariamente, o programa de rádio “Comunicação Universitária em Rede – Emergência Climática Rio Grande do Sul”. Iniciado no último dia 7, o projeto é resultado da parceria entre as assessorias de comunicação de sete universidades do Rio Grande do Sul, a Rede Saúde Única (Fiocruz RS)  e de três universidades do sudeste. A Universidade Federal Fluminense (UFF) é a primeira instituição do estado do Rio parceira do projeto e a expectativa é que a rede seja progressivamente incrementada com outras Instituições Federais de Educação Superior (IFES).

A idealização do projeto surgiu a partir das necessidades e urgências das populações atingidas pelas chuvas ininterruptas que atingem o Rio Grande do Sul e suas consequências. O programa é ancorado no estúdio da Rádio UFSCar, que fica na cidade de São Carlos, em São Paulo, e vai ao ar entre 17h e 17h30 (em 95,3 FM e www.radio.ufscar.br). Logo após a veiculação ao vivo, o conteúdo é lançado nas plataformas Deezer e Spotify e pode ser compartilhado com emissoras públicas do país.

Conteúdos diários são produzidos através de entrevistas com os especialistas das IFES sobre as necessidades das populações locais, cuidados com humanos e animais, redes de apoio e de serviços disponíveis, dentre outros aspectos de utilidade pública, bem como sobre as melhores formas de contribuir, seja através de doações ou de trabalho voluntário. Além disso, o canal conscientiza também para enfrentamento de notícias falsas que já começam a complicar ainda mais o cenário de emergência climática.


Na foto a equipe da UFSCar realizando a gravação dos programas. #PraTodosVerem: Duas mulheres e um homem trabalhando dentro de um estúdio de rádio. Créditos: Rádio UFSCar

“Essa é uma importante ferramenta para combatermos a desinformação. A sociedade precisa, nesse momento, de informações úteis, verdadeiras e que colaborem para ajudar a população da região. Reunir especialistas para discutir cientificamente a recuperação do Rio Grande do Sul e soluções para essa tragédia traz confiabilidade ao debate e, sem dúvidas, é uma grande contribuição de apoio das IFES ao povo gaúcho”, analisa a professora da UFF e pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Comunicação Pública da Ciência (INCT-CPCT), Thaiane Oliveira.

Para Mariana Pezzo, diretora do Instituto da Cultura Científica (ICC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e uma das coordenadoras da iniciativa, o projeto vai além de um programa de rádio. “A produção é o que nos une e nos manterá mobilizados, mas a força da proposta está no formato rede e na possibilidade de apoiar também a mobilização de cientistas e de toda a comunidade das IFES, que respondem por mais de 90% das pesquisas realizadas no Brasil”.

A UFF participa das reuniões de pauta e tem contribuído com o fornecimento de especialistas para diversas temáticas. Convidado para explicar os cuidados de prevenção a doenças disseminadas nesse tipo de evento climático, como a leptospirose, o diretor do Instituto de Saúde Coletiva da UFF, Túlio Batista Franco, considera que crucial intensificar o debate sobre a emergência climática e envolver diversas perspectivas para enfrentar esta crise. “Como acadêmicos e cidadãos, devemos educar a sociedade sobre a importância de mudar nossas políticas e práticas para proteger nosso planeta. Usar a ciência para entender e mitigar os impactos climáticos é fundamental para preservar a Terra para as futuras gerações”.

Segundo Túlio, o resultado das discussões deve servir como “instrumento de pressão social” para que o governo, em todas as suas esferas, e as grandes empresas se comprometam, na prática, com ações de preservação do meio ambiente e com a transição energética.

A docente do departamento de psicologia da UFF campus Volta Redonda, Cláudia Henschel, participou do episódio que trata sobre saúde mental em situações de catástrofes. Ela afirma que, nesses casos, o treinamento do pessoal é imprescindível no diagnóstico e tratamento. “Quanto à saúde mental, é importante reconhecer que as pessoas afetadas pela crise não precisam apenas de medicamentos, mas também de profissionais de saúde mental treinados para reconhecer os primeiros sinais de sofrimento psíquico, para que esses não se transformem num transtorno ou numa doença crônica”.

Henschel ainda classifica a iniciativa do programa como uma “ação humanitária”, por reproduzir boas práticas de comunicação numa situação de emergência. “Trabalhamos como docentes para posicionar nossa universidade ao lado da sociedade nos momentos de crise. Acredito que estamos contribuindo para auxiliar o povo gaúcho e combater as fake news”, conclui a professora.

O contato com a equipe de produção, para sugestões de pautas e outras informações, pode ser feito pelo e-mail culturacientifica@ufscar.br ou pelo pelo WhatsApp (16) 3351-8120

Escute aqui a lista dos episódios no Spotify

 

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