Em nova reunião realizada na manhã desta quinta-feira, 14 de março, a Gestão da Universidade Federal Fluminense, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff) e o Comando Local de Greve (CLG) deram continuidade às tratativas sobre os serviços a serem mantidos na instituição durante a greve dos servidores técnico-administrativos, deflagrada no início da semana.
Na última segunda, 11 de março, aconteceu a primeira reunião para diálogo sobre o tema e apresentação das propostas da Administração Central da universidade, dos integrantes do Sintuff e do CLG. Na ocasião, representantes da Reitoria destacaram a importância de assegurar serviços essenciais na área de assistência estudantil, atendimento à saúde, pagamento de auxílios em gestão de pessoas, atendimento a demandas judiciais, entre outros, descritos na Lei de Greve.
Nesta nova rodada de negociação, houve a pactuação sobre grande parte dos serviços essenciais, incluindo os oferecidos pelo Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), que serão debatidos em reunião específica, visando assegurar tanto o direito de participação dos servidores no movimento quanto à oferta dos serviços à população. No rol de serviços essenciais, destacam-se: editais de fluxo contínuo (emergencial, saúde, gestante) e dos serviços necessários para o pagamento das bolsas, auxílios e apoios de assistência estudantil, biotérios (espaço de manutenção de animais para experimentos), atendimentos médicos e psicológicos de emergência (ou que já se encontram em andamento) para servidores e estudantes, procedimentos para provimento dos candidatos que foram nomeados antes do início da greve, demandas judiciais, serviços financeiros e de pagamento, além dos relacionados à área de tecnologia da informação voltados para a manutenção dos serviços essenciais.
Importante esclarecer que, durante o período da greve, deverá ser mantido em atividade equipes de servidores em escala ou rodízio para assegurar os serviços ou atividades definidos como essenciais. Quanto ao registro de frequência e atividades eles continuarão a ser realizados, nos respectivos sistemas, pelos servidores que estiverem trabalhando e não aderiram à greve.
O Restaurante Universitário é uma pauta ainda em negociação. A administração da UFF reforça o seu entendimento acerca do caráter de essencialidade do fornecimento de alimentação pelo RU e houve concordância em retornar com nova proposta em Assembleia – prevista para a próxima semana – a fim de que o corpo técnico discuta a possibilidade de prestação do serviço em pelo menos um turno de aula. Até o momento, está assegurada a oferta de quentinhas para almoço e jantar de residentes da Moradia Estudantil durante a semana, além de fornecimento de gêneros para café da manhã e preparação das refeições nos finais de semana.
Ficou acordada ainda nova reunião para tratar de serviços específicos do Huap, entre outros temas, como a questão das nomeações de novos servidores, licença médica e o cumprimento da normativa 49/2023, no que tange ao envio do quantitativo de servidores que aderiram ao movimento para o Gabinete da Reitoria.
A Gestão da UFF reforça mais uma vez o seu compromisso com os valores democráticos e o respeito aos servidores que se juntam ao movimento por melhorias. Reiteramos que a adesão à greve é um direito individual, não passível de condutas configuradas como assédio moral no ambiente de trabalho.
Ao longo dos próximos dias, reforçaremos o diálogo com as unidades acadêmicas e administrativas para esclarecimentos necessários e escuta de pontos ou situações especiais a serem encaminhadas para as reuniões de negociação entre a administração e o comando local de greve. Mantemos, assim, o compromisso de um canal de diálogo permanente com o movimento por meio do Comando Local de Greve e o Sintuff.
Sobre a greve
A greve dos servidores técnico-administrativos da UFF acompanha a agenda nacional do movimento liderado pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).
Com a adesão dos trabalhadores em educação de inúmeras universidades federais do país, a categoria reivindica por melhoria salarial, desenvolvimento e reestruturação do plano de carreira, além de recomposição orçamentária das IFES, dado o contingenciamento de recursos por parte do Congresso Nacional e do Governo Federal.