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Huap-UFF atende cerca de 450 pacientes em campanha de prevenção do câncer de pele

Iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia, ação incluiu consultas, orientações e procedimentos para diagnóstico precoce da doença
Imagem de um médico utlizando um aparelho para visualizar a pele de uma paciente idosa

No último sábado, 7, o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atendeu cerca de 450 pacientes durante a campanha de prevenção ao câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Foram realizados exames preventivos do câncer e os pacientes com lesões suspeitas foram agendados para biópsia e posterior atendimento no Ambulatório de Dermatologia do hospital.

O objetivo é conscientizar a população sobre os riscos da exposição ao sol sem proteção e identificar casos suspeitos da doença, que é o tipo de câncer mais frequente no Brasil. Durante o sábado, mais de 30 profissionais do Huap-UFF estiveram envolvidos na ação, que confirmou oito casos de câncer de pele do tipo melanoma, e agendou 119 pacientes para realização de biópsias devido a lesões suspeitas.

Vera Lúcia dos Santos, de 58 anos, veio do município de São Gonçalo para avaliar uma ferida na pele que não cicatriza. Ela contou que já teve o diagnóstico de melanoma em 2012, fez tratamento na oncologia do Huap-UFF e, após sete anos de tratamento e alta, parou de fazer o acompanhamento. “Por conta da pandemia acabei não conseguindo voltar às consultas, e hoje aproveitei para vir, então para mim foi muito importante, não só para mim, mas como para toda a população, pois tem muita gente que precisa e acaba descobrindo tardiamente”, comentou.

A Gerente de Atenção à Saúde do Huap-UFF, Michele Lopes Fagundes, se surpreendeu com os números de atendimento da campanha em 2024. “Essa campanha já foi feita em anos anteriores e nunca teve uma procura tão grande pelos pacientes, dá orgulho de ver a capacidade do Huap de ajudar tantas pessoas, ficamos positivamente surpresos e fechamos um número muito bom de atendimentos”, destacou.

O dermatologista Carlos Arthur de Figueiredo Athayde, responsável pela organização da campanha desse ano no Huap-UFF, houve um grande sucesso, que foi proporcionado graças ao empenho dos cerca de 30 profissionais e residentes que estiveram envolvidos. “Com certeza fizemos a diferença para muita gente poder ter acesso à biópsia e abertura de prontuário, por isso agradeço ao esforço de todos, cada um doou um pouco mais do que a gente imaginava, e no fim as expectativas foram superadas. Um agradecimento especial a todos os que participaram da campanha, desde a coordenação, pessoal da enfermagem, limpeza, na secretaria, médicos, residentes e enfermeiros”, salientou o médico.

Além das consultas e exames para o diagnóstico precoce do câncer, no dia 07 também foram realizadas cirurgias dermatológicas em pacientes que aguardavam na fila cirúrgica. A ação marcou a participação da dermatologia do Huap-UFF no projeto Ebserh em Ação, que beneficiou mais cerca de 145 pacientes da fila de espera do hospital com cirurgias e exames de alta complexidade.

A ação contou, ainda, com a presença de uma equipe de patologistas da Universidade Federal Fluminense que desenvolvem uma pesquisa que investiga a presença de marcadores presentes no sangue que auxiliem no diagnóstico de lesões malignas. “Essa foi a primeira vez que tivemos a oportunidade de participar do mutirão, foi uma oportunidade muito enriquecedora tanto para mim quanto para os meus alunos, aproveitamos desse momento para recrutar pacientes com lesões suspeitas de melanoma para fazer parte do nosso estudo e tivemos uma troca de experiências interessante com o corpo clínico”, afirma Istéfani Luciene Dayse da Silva, patologista e professora da UFF.

Prevenção e diagnóstico são essenciais

O câncer de pele é responsável por cerca de 30% dos diagnósticos oncológicos no país, conforme dados do Ministério da Saúde. A doença ocorre quando as células se multiplicam sem controle. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerada rara em crianças e pessoas negras.

Os sintomas incluem o surgimento de manchas que coçam, descamam ou sangram; pintas que mudam de tamanho, forma ou cor; ou feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Apesar de a maioria dos casos ter altas chances de cura quando detectados precocemente, a prevenção continua sendo a principal estratégia de combate à doença.

A exposição prolongada ao sol, especialmente sem proteção adequada, é o principal fator de risco. Por conta disso, o uso regular de protetor solar, chapéus, roupas com proteção UV e óculos escuros, além de evitar o sol entre 9h e 16h, são práticas indispensáveis para manter a saúde da pele.

Durante a campanha, os participantes receberam, ainda, informações detalhadas sobre os tipos mais comuns de câncer de pele:

Melanoma: Menos comum, mas mais agressivo, caracteriza-se por pintas ou manchas que mudam de cor, formato ou tamanho, principalmente em áreas expostas ao sol.

Não melanoma: O mais frequente, com maior chance de cura, caracteriza-se por lesões de crescimento lento, como feridas que não cicatrizam ou manchas que sangram e descamam.

Todos os tipos de cânceres de pele são tratados, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, ao detectar qualquer sintoma da doença, é fundamental procurar logo uma unidade de saúde para fazer a investigação e, se for o caso, iniciar o tratamento, que pode incluir cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Quanto mais cedo for a detecção, maiores são as chances de cura.

Dezembro Laranja

A campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), tem como foco a conscientização sobre os cuidados com a pele e o diagnóstico precoce do câncer de pele, com ações realizadas em todo o país durante o mês de dezembro.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh.

Por George Miranda e Paola Caracciolo, com colaboração de Carla Araújo e revisão de Danielle Campos.

 

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