Pesquisadoras, administradoras, assistentes, professoras, enfermeiras: a UFF é composta por mulheres brilhantes, profissionais que propõem novas soluções, reinventam o dia a dia e conquistam o respeito no mundo acadêmico ou fora dele.

Como nesta segunda-feira, 08 de março, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, vamos exaltar a existência de algumas servidoras que agregam a Universidade, sejam através das suas pesquisas, projetos ou dedicação diária nos seus respectivos setores. Histórias de mulheres que estão fazendo a diferença no universo da ciência, na sociedade, na vida de outras mulheres e, claro, fazendo a diferença na própria UFF. Confira!

Essa é a Bruna Brito, professora do Curso de Psicologia da unidade de Campos dos Goytacazes desde 2014 e que vem se destacando na sua área de atuação (saúde mental, psicopatologia e clínica psicanalítica) justamente por dar voz a outras mulheres. A ação extensionista chamada  “Atenção, cuidado e redes de apoio a mães em sofrimento psíquico: construindo estratégias de enfrentamento frente aos impactos da Covid-19” surgiu em plena pandemia e da necessidade de olhar para o grupo de mães neste período de isolamento social, projeto necessário em um país em que 11 milhões de brasileiras criam seus filhos sozinhas.  Desde outubro do ano passado, rodas de conversas quinzenais e acolhimento individual são propostas junto a mães em situações de vulnerabilidade, em sua grande maioria, universitárias. A iniciativa acontece em parceria com outro projeto de extensão, em que Bruna é co-coordenadora. A Rede Convida busca articular redes de pessoas e instituições para enfrentamento da Covid-19 e também criar pontes com os serviços de saúde e assistência social.

A atuação de Bruna na Universidade e na sociedade vai além do mencionado, pois ela também integra o Grupo de Trabalho Mulheres na Ciência para dar visibilidade a assuntos relacionados à saúde mental, gênero e maternidade e ainda promover propostas que possam deixar a UFF mais justa frente à inequidade de gênero.O seu ingresso no GT foi motivado por uma experiência pessoal: a maternidade. Mãe do Pedro, de apenas 1 ano e 3 meses, a professora vivencia de perto a realidade do maternar em conjunto com o home office e o exercício de diferentes papéis. Tudo isso a incitou a mergulhar na pesquisa sobre a saúde mental de docentes de universidades públicas e que também são mães nesta pandemia.

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Letícia Oliveira é professora da UFF, vencedora do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia (edição do 2020) e do prêmio da 3M Mulheres na Ciência na América Latina (edição 2021), e mais uma protagonista no universo científico devido às suas pesquisas sobre Inteligência Artificial (IA). Atuante no Laboratório de Neurofisiologia do Comportamento, no Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade, ela coordena estudos sobre a detecção precoce de transtornos mentais, como depressão, bipolaridade e esquizofrenia, utilizando a tecnologia a seu favor. Por meio da aplicação da IA em exames de imagens, é possível identificar sintomas de mania e impulsividade em um grupo de jovens com diferentes diagnósticos ou sem diagnóstico psiquiátrico algum.

A pesquisa da nossa docente se destaca não apenas pelo seu caráter inovador, mas porque também supera as barreiras de gênero. A área de Inteligência Artificial é ainda predominantemente masculina e, ao mesmo tempo, um dos setores mais bem pagos no mercado, o que pode ampliar a disparidade de remuneração e de distribuição de poder existente entre homens e mulheres. As relevantes premiações recebidas por Letícia são um indicativo de que mulheres podem e devem trabalhar com IA, colocando-a, inclusive, em uma papel de destaque. Tendo como inspiração grandes cientistas, como a física e química Marie Curie (ganhou dois prêmios Nobel), as brasileiras Virgínia Bicudo (psicanalista) e Nise da Silveira (psiquiatra), ela também integra iniciativas que propõem políticas de apoio às mulheres na ciência, como o GT “Mulheres na Ciência” da UFF e o núcleo central do Movimento “Parent in Science”.

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Marlene Teixeira é assistente social por formação e auxiliar de enfermagem atuante no Hospital Universitário Antônio Pedro há 37 anos. Ela é mais uma grande mulher que atua na área da saúde, entre tantas outras deste país, que luta diariamente para lidar com os pacientes com Covid-19. Do choque da descoberta da pandemia à entrega absoluta para cuidar de cada enfermo que chega ao HUAP, Marlene nunca pediu licença ou faltou com as suas obrigações nestes últimos meses, embora por muitas vezes tenha sentido medo e dor pela perda de familiares e até de colegas de trabalho que se infectaram com a doença.

Entre as jornadas de 4h a 6h ininterruptas ao lado de pacientes com coronavírus que realizam hemodiálise (setor em que ela atua), a profissional demonstra orgulho em fazer a diferença na vida de tantas pessoas. Ciente da sua responsabilidade neste período, a Auxiliar de Enfermagem reconhece a sua capacidade em promover a saúde e ainda é grata por atuar ao lado de outros inúmeros colegas que compartilham do mesmo sentimento. A voz embargada do seu relato também vem carregada de otimismo e esperança, ainda mais com a chegada da vacina.  Marlene é uma mulher de 58 anos, exemplo de superação, de luta diária e de persistência, mesmo afastada dos familiares e amigos, mesmo sem o abraço e o afeto daqueles que ela ama. A sua entrega se resume nessa frase proferida: “Nós escolhemos a nossa profissão e o paciente não escolheu a doença”.

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Essa é Maria das Graças, assistente social do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), mestre em Ensino na Saúde e docência interdisciplinar para o SUS, além de integrante do Conselho Universitário e também do Sintuff.  A sua formação acadêmica e o seu envolvimento em diferentes áreas da Universidade destaca a sua versatilidade enquanto pessoa e profissional. Especificamente no Huap, neste período de pandemia, o seu trabalho pode ser definido como transversal em virtude das diversas frentes de atuação, que engloba desde a humanização das relações com os pacientes afetados pela doença e seus familiares, passando por um trabalho de acolhimento e de prevenção, mas também de orientação quanto às políticas sociais (saúde, assistência, previdência) a que esses grupos têm direito.

Em um contexto tão ímpar, a sua jornada como mulher e mãe também é um grande desafio, já que o receio de levar a doença para casa é uma contínua preocupação. E, embora esteja à frente de tantas tarefas e responsabilidades, Maria das Graças ainda acredita na oportunidade proporcionada pelo atual momento das pessoas valorizarem um hospital universitário e 100% SUS. Diante de uma doença que não se conhece e que gera medo, a Assistente Social acredita ainda mais no trabalho coletivo, em que faxineiros, enfermeiros, assistentes, médicos e muitos outros têm a sua importância, cada qual na sua área de intervenção, com seus valores éticos e comprometidos com os usuários do serviço.

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A campanha “Estrelas da UFF”, organizada pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas, está na sua segunda edição e algumas servidoras foram indicadas pela própria comunidade para receber uma homenagem pelo Dia da Mulher. Confira as homenageadas no perfil do Instagram da Progepe: @progepeuff

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