No Dia Internacional da Mulher, a Universidade Federal Fluminense consolida o seu pioneirismo na luta por direitos iguais entre homens e mulheres. Hoje, 08 de março, é lançada a Comissão Permanente de Equidade de Gênero da UFF (CPEG), uma importante conquista que coloca a Instituição, mais uma vez, em posição de destaque nas ações de combate à discriminação e à violência contra mulheres e meninas especialmente no universo acadêmico-científico.
A proposta é construir coletivamente um plano de equidade de gênero na universidade e executar ações que garantam este objetivo a partir do envolvimento de servidores técnico-administrativos, docentes e estudantes de diferentes campi e áreas do conhecimento, com experiência em questões de gênero e coletivos feministas. A iniciativa surgiu do Grupo de Trabalho “Mulheres na Ciência”, vinculado à Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UFF desde 2018. Tendo em vista a importância do tema e os resultados alcançados pelo GT, a comissão foi institucionalizada para potencializar o debate e possibilitar a ampliação de conquistas.
Ciente das desigualdades ainda persistentes na sociedade, o reitor da UFF, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, reconhece o papel da universidade no fortalecimento de políticas e estimula ações concretas que assegurem o empoderamento da mulher na academia.
“É nossa missão como universidade pública, através da educação, da ciência e da tecnologia, lutar e buscar soluções concretas para uma sociedade mais justa e igualitária.
De forma coletiva e democrática, com o movimento protagonista do GT Mulheres na Ciência, o Coletivos das Mães, o movimento estudantil e outras representatividades importantes da UFF, avançamos muito nestes últimos anos. Fomos a universidade pioneira na concessão de pontos extras na avaliação do currículo de docentes em licença-maternidade, no edital do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic); instruímos as bonificações e cotas para mães em diversos programas como monitoria, o Fopesq e o PET/PROPET; regulamos a entrada com filho no restaurante universitário; reorganizamos o trâmite para a concessão de regime excepcional de aprendizagem para grávidas e lactantes; e fomos a única universidade a recomendar a flexibilização de CH para docentes envolvidos com cuidados de crianças, idosos e pessoas com deficiência durante a pandemia. Temos ampliado o debate sobre representatividade feminina no ambiente acadêmico, mas temos ciência do longo caminho ainda a percorrer na luta pela equidade de gênero. Por isso, estamos dando um novo passo, a instituição da CPEG na UFF, para que possamos progredir nessas políticas e ações tão necessárias” finaliza o reitor.
Em consonância com as prerrogativas de igualdade de gênero dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), a CPEG se estabelece nos seguintes eixos de discussão: apoio à parentalidade e Justiça Reprodutiva; equidade de gênero considerando sua interseccionalidade com outros eixos sociais das diferenças, tais como raça, etnia, classe social, orientação sexual, deficiência, identidade de gênero e regionalidades, nos espaços acadêmicos, especialmente em espaços de poder e decisão; conscientização da comunidade acadêmica da UFF sobre a existência de viés implícito e construção de estereótipos; e ações de prevenção e enfrentamento à violência Institucional em relação à gênero, considerando os direitos humanos, sexuais e reprodutivos.
Para a presidente da CPEG, professora Letícia de Oliveira, um plano institucional para construção da equidade de gênero é, em primeiro lugar, uma questão de justiça, já que as mulheres devem ocupar todos os espaços. “É injusto que mulheres mães sejam discriminadas e não tenham acesso a políticas de apoio à parentalidade para que possam desenvolver suas atividades acadêmicas. É injusto que as mulheres sejam alvo de assédios morais e sexuais, sem punição dos agressores. Precisamos de mais mulheres em áreas exatas e tecnológicas uma vez que estes também são setores estratégicos para o desenvolvimento econômico e social. Mas para além das questões de justiça (que já seriam suficientes), há ainda a questão de melhorar a avaliação da nossa universidade. Na Europa, EUA e Canadá muitas instituições são avaliadas em sua qualidade considerando a equidade de gênero como um quesito fundamental. Desejamos que a UFF seja, mais uma vez, vanguarda nos quesitos de Equidade, Diversidade e Inclusão”, afirma a docente.
Como parte das ações relacionadas ao mês da mulher e à Comissão Permanente de Equidade de Gênero da UFF, até o final desta semana outras iniciativas serão compartilhadas com a comunidade acadêmica, como uma reportagem especial destacando as conquistas das mulheres na universidade, a realização de um evento em parceria com a empresa L’oreal para dar maior visibilidade ao Prêmio Mulheres na Ciência 2022, além de um vídeo institucional, já disponível para visualização: https://bit.ly/3sOgos1