O Sistema de Seleção Unificada (Sisu/MEC) facilitou o ingresso de alunos em universidades fora de seus estados de origem, ao possibilitar que participassem dos processos seletivos em instituições de qualquer estado da federação. Em 2010, no período anterior à admissão integral por meio do sistema, ingressaram 375 estudantes vindos de outros estados. Já em 2012, com a aderência total ao Sisu, entraram 543 universitários na UFF.
A Superintendência de Tecnologia da Informação divulgou que no primeiro semestre de 2015, 5530 calouros ingressaram na instituição no sistema presencial e 2031 no ensino à distância. Destes, mais de 500 são oriundos de outros estados — os alunos que não deram informações sobre suas origens não foram contabilizados. Ao todo, são 54.526 alunos com matrícula ativa.
Fora o Rio de Janeiro, os três estados com maior presença na UFF são Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, com respectivamente 713, 922 e 325 estudantes ativos. Um exemplo, é o aluno de Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente Samuel Campos, que veio de Campinas (SP) e ingressou na UFF em 2012. A escolha da universidade, explica Campos, foi motivada pela afinidade com a área e o desempenho no Enem. No entanto, estudar fora também é um desafio. ”As principais dificuldades dos alunos de outros estados é exatamente a permanência na cidade e a consequente boa performance nas disciplinas que estão sendo cursadas”, ressaltou o universitário.
Se eu não tivesse a moradia, provavelmente já teria voltado para São Paulo”, Maria Lúcia Meira, estudante de Comunicação Social.
A UFF oferece programas de suporte ao estudante para contribuir com a permanência dos alunos. Desenvolvidos pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, os programas são restaurantes universitários, bolsas de assistência, o Programa de Acolhimento Estudantil e as moradias estudantis. No terceiro período de Comunicação Social, Maria Lúcia Meira, 21 anos, está instalada em um dos alojamentos oferecidos pela universidade. Para ela, mais alunos deveriam ter acesso à moradia. Apesar dos programas de assistência, Maria Lúcia acredita que ainda é difícil se manter na universidade. “É um absurdo o preço do aluguel que se cobra dos estudantes aqui em Niterói. Se eu não tivesse a moradia, provavelmente já teria voltado para São Paulo”, explicou.
De acordo com a aluna de Direito Thalita Ribeiro, natural do Espírito Santo, o Acolhimento Estudantil é muito útil e ajuda a esclarecer dúvidas sobre a universidade, como o funcionamento e a localização dos “campi”. Outra contribuição do evento, diz Thalita, é fazer com que o calouro se sinta acolhido e parte da instituição. A universitária destaca a importância dos outros programas de assistência oferecidos pela UFF. “As principais dificuldades que os alunos de outros estados encontram e enfrentam é o custo de viver fora de casa. Principalmente em relação a moradia e alimentação, que são muito caras, por isso, muitos dependem do Bandejão. Então acredito ser um ponto positivo o nosso Restaurante Universitário ser tão barato, o que o torna acessível a todos.”
Ainda no primeiro período de Medicina, Flávia de Mello veio do Rio Grande do Sul para estudar em Niterói. Apesar da distância da família, do alto custo de se manter e das dificuldades de morar só, a universitária ressalta os benefícios que a experiência traz. “Desde independência, autogestão e liberdade até as dificuldades que passamos para aprender, os erros que cometemos. Da UFF, em especial, as vantagens são alguns “campi” lindos, pessoas maravilhosas e as oportunidades”, citou.
O início do segundo semestre letivo — dia 9 de novembro para alunos de Medicina e 25 de novembro para os demais cursos — é um período de mudanças para muitos estudantes, principalmente universitários que, além de ingressar na faculdade, têm de mudar de cidade. O aluno de Estudos de Mídia Hilton de Souza, de Barreira (BA), passou pela experiência e dá dicas de como estar preparado para a nova rotina. “Não ter medo de sair da sua cidade. As vezes, é aterrorizante você pensar: ‘Poxa, vou ficar tão distante da minha cidade, para ir ao Rio de Janeiro que é uma cidade caríssima, e Niterói também é’, mas em tudo se dá um jeito.”
Segundo Hilton, é importante pesquisar sobre a faculdade para a qual se está indo. O universitário relatou que antes de se matricular na universidade se informou pelos sites da UFF e conversou pelas redes sociais com alunos da instituição para esclarecer as principais dúvidas. Atualmente, é estagiário do projeto Conheça a UFF, que apresenta a instituição para estudantes do ensino médio por meio de visitas guiadas, palestras e eventos. A apresentação inclui os mais de 60 cursos que a universidade oferece em suas 33 unidades localizadas em diversos municípios do Estado do Rio de Janeiro, modalidades de bolsas, auxílios, intercâmbio com instituições nacionais e internacionais, além de outros benefícios.
As possibilidades de crescimento acadêmico dentro da universidade são inúmeras: monitoria, estágio interno, iniciação científica e intercâmbio são exemplos, dentre outros, de oportunidades que disponibiliza. Thalita Ribeiro destaca a importância de se envolver com a faculdade o máximo possível e aproveitar o que ela tem a oferecer. “Um ponto positivo de estudar na UFF são as diversas oportunidades acadêmicas que nos proporciona, particularmente em relação ao meu curso, onde são sempre organizados eventos, seminários e palestras que ajudam a complementar e engrandecer o nosso aprendizado”, concluiu. A Universidade Federal Fluminense é a instituição de ensino que mais oferece vagas para novos estudantes desde 2014.