Basta uma pequena amostra de sangue colhida dos bebês, preferencialmente entre o 3º e 5º dia de vida, para detectar (e iniciar acompanhamento e tratamento adequados) de problemas de saúde que podem causar sequelas graves, irreversíveis ou risco de vida ao recém-nascido. As doenças mais frequentes são o hipotireoidismo congênito e a doença falciforme que, juntas, perfazem uma média de 77% dos casos diagnosticados, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Nesta terça-feira (06/06) comemora-se o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Uma data para conscientizar sobre a importância do exame, que é obrigatório para todos os recém-nascidos e oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, consequentemente, em todos os hospitais da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). A neonatologista do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), Camila Melgaço, explica:
“O Teste do Pezinho fornece o diagnóstico de algumas doenças, como hipotireoidismo, fenilcetonuria, hemoglobinopatias, entre outras, que não apresentam sintomas no nascimento e, se não forem diagnosticadas e tratadas cedo, podem causar sérios danos à saúde, inclusive retardo mental grave e irreversível”, afirma.
Como e quando?
É colhida uma pequena amostra de sangue do recém-nascido em papel filtro específico, que será levado ao laboratório para a análise e pesquisa das várias doenças. “É um exame rápido, realizado através da coleta de sangue por punção do calcanhar”, comenta a especialista.
Idealmente o teste deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de vida. Os recém-nascidos que tiveram alta da maternidade antes da coleta do teste do pezinho são encaminhados à Unidade Básicas de Saúde (UBS) de referência para que colham o exame até o 5º dia de vida.
E os prematuros, também colhem?
Sim! Todos os recém-nascidos colhem amostra de sangue, no entanto, é recomendada uma segunda coleta, com no mínimo 15 dias de intervalo do primeiro, dependendo da idade gestacional/imaturidade e dos procedimentos e medicamentos que foram usados durante a internação na unidade neonatal.
E se der alguma alteração no teste?
Após a análise e pesquisa do exame pelo laboratório, a UBS é avisada para reconvocar os pais e é realizado um novo exame, independente da faixa etária, havendo nova coleta de sangue efetuada em papel de filtro. Após a segunda coleta, se houver a confirmação ou suspeita do exame alterado, é orientada uma avalição médica por um pediatra, preferencialmente, que avaliará os acompanhamentos e tratamentos necessários para cada caso.
Quais doenças engloba o Teste do Pezinho?
Até 2021, apenas seis doenças eram identificadas pelo teste do pezinho pelo SUS: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
No entanto, a Lei de nº 14.154, de 26 de maio de 2021, estabelece a ampliação de seis para cinquenta o número de doenças que podem ser detectadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo SUS.
A Lei Federal entrou em vigor em 27 de maio de 2022, e a implementação das doenças ocorrerá em cinco etapas e escalonada conforme cronograma e norma regulamentada pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação do HUAP