“Os próximos quatro anos serão de muito trabalho e dedicação”, é com esse foco que os professores Antonio Claudio e Fabio Passos pretendem estar à frente da UFF na gestão de 2018-2022. Confira a entrevista com o futuro Reitor da universidade e os planos voltados para os técnicos administrativos e docentes.

1) Quais são as principais propostas voltadas para o servidor?
As propostas prioritárias estão organizadas em três grandes eixos: saúde e qualidade de vida; qualificação e capacitação (aperfeiçoamento da atividade profissional); direitos e vantagens. Esse conjunto de programas, projetos e ações tem o objetivo global de oferecer as melhores condições de trabalho e desenvolvimento humano e profissional aos nosso servidores.

2) Quais os planos para a área de capacitação e qualificação dos servidores? Existe algum projeto para fortalecer a Escola de Governança da UFF?
Este é um dos eixos comentados acima. Ele envolve múltiplas ações e boa parte delas são atribuições de gestão da EGGP. Portanto, temos como objetivo o planejamento, o crescimento e o fortalecimento das ações da Escola. Pretendemos criar oportunidades de cursos e realizar a inclusão de ferramentas de ensino à distância (facilitando o trabalho de todos, principalmente dos servidores dos campi em extensão). Além disso, também vamos usar as nossas próprias competências internas, ou seja, os próprios servidores e professores da comunidade, que têm sua experiência própria e formação, para participarem de cursos para os servidores da UFF. Outro aspecto importante é o mecanismo de oferta de vagas de mestrado e doutorado para os técnicos. Teremos uma nova política institucional de indução da oferta de vagas. Com o objetivo de fomentar e induzir novas oportunidades e não comprometer o número de vagas de acesso universal, a administração irá recompensar/reembolsar, com um valor em custeio para o funcionamento do programa, aqueles programas que querem oferecer vagas, para além do acesso universal, específicas para os técnicos. Aqui estamos falando de cursos 100% gratuitos para os servidores, o que é diferente do que acontece hoje nos cursos lato sensu (10% das vagas) e do PQUFF. É importante ressaltar que a ideia é permitir que o servidor estude aqui mesmo na instituição e que este recurso fique na própria UFF.

3) Sobre as 30h, como a reitoria pretende se posicionar nestes 4 anos?
Vamos manter as 30h como uma conquista histórica da categoria da UFF a qual foi formalizada pela Portaria do Reitor atual. O trabalho realizado em 30h semanais é legalmente reconhecido, mas na UFF não existia instrumento que garantisse a segurança aos servidores. Hoje, temos publicada uma normativa interna, oriunda do trabalho da Comissão Paritária de Flexibilização, que garante as 30 horas semanais.

4) Hoje existe a Casq (Coordenação de Atenção Integral à Saúde e Qualidade de Vida). Existem planos para ampliação?
Do ponto de vista da atenção da saúde preventiva e de qualidade de vida do servidor, temos uma proposta, integrada à Casq, que chamamos de Centro de Atenção à Saúde do Servidor. O objetivo deste é aproximar os diferentes setores que tratam do tema na universidade. Além da Casq, temos muitas outras iniciativas que tratam do assunto como os setores da Proaes, do Huap, etc. A ideia é que vários segmentos possam interagir e se aperfeiçoar.
Esta integração se dá também com alguns grupos de pesquisas e extensão, como por exemplo a escola de enfermagem, a faculdade de medicina, de odontologia, de psicologia, nutrição, etc. Aliás, este é um elemento central que a gente tem chamado de aproximação academia-serviço. Nossa ideia é abrir mais campos de estágio para estudantes, com supervisão qualificada, ampliar os serviços de atenção à saúde do servidor e também fortalecer o ensino baseado em projetos, chamado de tecnologias ativas de ensino (aprender não só na teoria, mas também na prática). Para nós estas interseções e transversalidades são muito importantes.

5) Existe algum plano direcionado especificamente para o enfrentamento do assédio moral e da violência contra a mulher?
A questão do assédio é central, tanto que implementamos por meio do canal da ouvidoria um programa de combate e enfrentamento à violência contra a mulher, construído com o Sintuff, a ouvidoria e outros órgãos, como a Casq e o Huap. A ideia é manter os programas que já existem e analisar periodicamente se esse modelo está funcionando, sempre buscando aperfeiçoamento e melhorias. Quanto ao assédio moral, pensamos em construir algo nessa direção, propor a existência de um canal direto e específico que cumpra o papel de receber as denúncias e verificá-las, além, é claro,de oferecer assistência psicossocial aos indivíduos. Também trabalharemos com múltiplas ações de prevenção, por meio de informes repetidos, qualificação, palestras, panfletos, etc. A ideia é tornar a discussão sobre o tema algo vivo e comum no cotidiano dos servidores, para esclarecer as pessoas quanto à identificação de práticas de assédio e ainda inibir atitudes deste tipo. Toda denúncia será tratada dentro dos ritos do regime jurídico único, com abertura de sindicância e processo administrativo disciplinar, podendo levar à exoneração e demissão de servidores. Nossa meta maior nesse aspecto é contribuir para um ambiente na UFF cada vez mais respeitoso e colaborativo, onde o assédio se torne raro ou inexistente.

6) Vocês pretendem iniciar algum projeto que garanta vantagens e descontos para servidores nos comércios do entorno, como restaurantes, academias e cursos?
Esse eixo tem a ver justamente com o poder de compra da instituição, diante da rede de bens e serviços onde a UFF está localizada. A nossa proposta é que isso seja uma política institucional de benefícios para os servidores.
É uma negociação da reitoria com o comércio do entorno da universidade, que inclusive vai ativar a economia local. Todos serão beneficiados. Isso será feito em todos os municípios onde a UFF está instalada. Podemos até imaginar no futuro projetos acadêmicos envolvendo essa rede na área de administração, engenharia de produção e hotelaria. Temos muitas competências acadêmicas que nem sempre usamos muito. Certamente, esse comércio poderá se interessar em estudos sobre a economia local.

7) Como vocês pretendem integrar os campi fora de sede, trazê-los mais para a sede e vice-versa?
Uma das ações importantes é a implantação do SEI, que vai eliminar a necessidade da grande maioria das viagens burocráticas. Também pretendemos ter uma estrutura de teleconferência, onde possamos fazer reuniões à distância, com o devido respaldo legal, como as reuniões administrativas. Além disso, teremos as visitas periódicas. Vamos estabelecer isso como uma rotina. Levaremos parte dos serviços da reitoria nestas visitas nos diferentes campi, como serviços administrativos (esclarecimento de dúvidas, entre outros), mas também na área de saúde e etc. Queremos fortalecer a comunicação com os diretores e diretoras dos campi fora de sede,
para o mapeamento das necessidades e a articulação das soluções integradas.

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