Levar o conhecimento científico ao ambiente escolar é uma marca presente em várias iniciativas da UFF no intuito de aproximar o universo acadêmico e a sociedade. Uma delas é o projeto Horta Escolar, aplicado na Escola Municipal Alberto Francisco Torres, em Niterói, com apoio da Faculdade de Nutrição. O ambiente, em fase de implantação, funcionará como laboratório vivo, permitindo o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas nas áreas de nutrição, biologia e educação ambiental.
O projeto Horta Escolar foi idealizado em 2016 pela professora da Escola Municipal Alberto Francisco Torres, em Niterói, Maria José Ribeiro e pela graduanda em Pedagogia, Sandra Butschkau. A iniciativa conta hoje com a participação de estudantes e professores do curso de Nutrição, além de professores do colégio em que o projeto está sendo realizado, da Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME) e da UFRJ.
Segundo a integrante do projeto e professora do departamento de Nutrição Social, Patrícia Camacho Dias, o objetivo da horta escolar é despertar o interesse e proporcionar aos alunos uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos, trabalhando, também, outros valores, como o senso de cooperação e trabalho coletivo nos alunos. “Buscamos aproximar estratégias da Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) junto a questões ambientais, produzindo novas sociabilidades e significados ao ato de plantar, cuidar e comer”, ressalta.
O projeto se ampara no método de pesquisa-ação, possibilitando a construção de novos conhecimentos científicos na universidade a partir do contato com outras realidades sociais e ambientais”, Patrícia Henriques.
O PAAS é uma diretriz do Ministério da Saúde que tem como objetivo apoiar os estados e municípios brasileiros no desenvolvimento da promoção e proteção à saúde da população, possibilitando um pleno potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania, questões fundamentais. Esse trabalho de formação integral no ambiente escolar contribui para a redução da prevalência do sobrepeso e obesidade e das doenças crônicas não transmissíveis entre os alunos.
O projeto é planejado para contribuir não só com as expectativas escolares, como também com a construção do conhecimento universitário. “Na fase de preparação, questões como a relevância da estrutura da horta, escolha das mudas a serem plantadas e esboços do próprio espaço foram feitos para alcançar os resultados esperados”, explica a professora do departamento de Nutrição Social e integrante do projeto, Roseane Barbosa.
Pelo ponto de vista acadêmico, a Horta Escolar está inserida em um contexto de pesquisa, integrando alimentação saudável com noções de meio ambiente e questões sociais. “O projeto se ampara no método de pesquisa-ação, possibilitando a construção de novos conhecimentos científicos na universidade a partir do contato com outras realidades sociais e ambientais”, enfatiza outra participante da iniciativa, a professora do departamento de Nutrição Social, Patrícia Henriques.
Envolvendo alunos de diferentes gerações, do ensino fundamental – a partir dos seis anos de idade – ao Ensino de Jovens e Adultos (EJA) – até os 60 anos –, o trabalho permite que os estudantes assumam um papel ativo, ajudando e lidando diretamente com a horta. “A ideia é que os alunos sejam protagonistas nesse processo. A metodologia utilizada permite que, além de trabalharem na produção, eles também tenham acesso a novos conhecimentos e sejam despertados para hábitos saudáveis de alimentação”, destaca Patrícia Camacho.