Desde 2011, o Instituto de Educação Física da UFF oferece o Projeto Natação Adaptada, que integra o programa de extensão Inclusão Social através do Esporte. O projeto disponibiliza um curso de natação gratuito para crianças e adultos com deficiência, e conta com o acompanhamento de professores e alunos capacitados para a função. As aulas são realizadas todas as quartas e sextas-feiras, das 13h às 14h, na piscina do prédio de Educação Física, no Campus do Gragoatá, São Domingos, Niterói.
Motivados pela então recente construção da piscina, um grupo de professores do instituto descobriu que havia a possibilidade de realizar esse trabalho, voltado inicialmente apenas para crianças com deficiência. Posteriormente, o projeto também passou a atender adultos, mas em menor número. Há ainda limitação de vagas, já que o instituto dispõe somente de uma piscina.
Todos os parentes, responsáveis ou cuidadores das pessoas interessadas em participar dessa atividade devem se cadastrar na secretaria do Instituto de Educação Física. Para realizar o cadastro, deve ser apresentado um laudo médico. As pessoas inscritas ficam numa lista de espera aguardando a abertura de vagas. Depois, o candidato passa por uma entrevista e tem uma aula prática de teste.
Durante as aulas os responsáveis devem estar sempre presentes, para que a criança ou o adulto participante possa ter mobilidade no instituto. O acompanhamento ao aluno é uma norma da natação. O projeto tem a coordenação do professor do curso de Educação Física, Aurélio Vianna, e dispõe da participação de bolsistas de extensão. “Contamos com alunos do curso de licenciatura de Educação Física que recebem bolsas da Pró-Reitoria de Extensão e outros bolsistas de desenvolvimento acadêmico da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis”, explicou o coordenador.
Os pais dizem que as crianças comem melhor, dormem melhor. Percebemos nas aulas que os alunos participam com prazer.” – Aurélio Vianna
Segundo ele, essa participação permite que o aluno bolsista crie um vínculo com o projeto. “Temos também a participação de estudantes voluntários. Eles passam por um processo de capacitação e depois de um determinado tempo recebem um certificado”. Além disso, ele explicou que também há uma parceria com o curso de Psicologia, que faz um trabalho específico de acompanhamento com os pais e responsáveis pelas pessoas matriculadas no projeto.
A maior parte dos participantes possui autismo, mas pessoas com qualquer tipo de deficiência ou patologia podem participar. Segundo o professor Aurélio, atualmente o projeto tem participação de alunos com paralisia cerebral, dificuldade motora, dentre outras deficiências.
De acordo com os responsáveis pelos alunos, há uma melhoria significativa na rotina deles. “Os pais dizem que as crianças comem melhor, dormem melhor. Percebemos nas aulas que os alunos participam com prazer”, frisou o professor, que também ressaltou que a prática da natação desenvolve a musculatura, além de contribuir para a inclusão social do aluno nas aulas. “Eles encontram um grupo onde realmente são aceitos e essa socialização é muito importante, pois eles acabam convivendo com outras crianças que possuem outros tipos de deficiência. Isso traz benefícios em todos os sentidos”, explicou.
Para Aurélio, um dos maiores objetivos do projeto é ensinar as crianças a nadar com independência. “É um processo. Uns demoram mais, outros menos, mas no fim todas acabam conseguindo alcançar essa autonomia para ficar na piscina. Para os responsáveis isso já se revela uma despreocupação. O pai, sabendo que o filho aprendeu a nadar, já fica mais tranquilo”, concluiu.
Outras informações pelo telefone (21) 2629-2810.