Comemorando o início das atividades do 47° Aniversário da Universidade Federal Fluminense, “Carmina Burana” será executada pela Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, no dia 9 de dezembro, às 11h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Sob a regência de Ligia Amadio, a OSN-UFF, ligada à Pró-Reitoria de Extensão, contará com a participação dos corais Cantus Firmus, de Brasília, (regido por Isabella Sekeff), Brasil Ensemble e Coral Infantil da UFRJ (ambos regidos por Maria José Chevitarese), reunindo cerca de 175 cantores. O evento terá participação dos solistas Rosana Lamosa, Douglas Hahn e Paulo Mestre. O concerto previsto para a Praia de Icaraí, que ocorreria na véspera, foi cancelado devido a previsão de chuva.
Cantata cênica, composta por Carl Orff (1895–1982), “Carmina Burana” foi inspirada em poemas medievais extraídos de uma coleção de 200 textos compilados no século XIII. O doutor bavariano em dialetos Johann Andreas Schmeller publicou a coleção em 1847, sob o título de “Carmina Burana”. A palavra “Carmina” é o plural de “Carmen” (em português, canção). O título inteiro significa literalmente “Canções dos Beurens”, devido ao fato de que esses poemas foram descobertos em um velho mosteiro beneditino da Baviera, Benediktbeuren, no sudoeste da Alemanha, em 1803.
A cantata é emoldurada por um símbolo da Antiguidade, o conceito da Roda da Fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente boa e má sorte. É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança. E assim o apelo em coral à Deusa da Fortuna (O Fortuna, “Velut Luna”) tanto introduz quanto conclui a obra, que se divide em três seções: o encontro do Homem com a Natureza, particularmente com a Natureza despertando na primavera (“Veris eta facies”); seu encontro com os dons da Natureza, culminando com o dom do vinho (“In taberna”); e seu encontro com o Amor (“Amor volat undique”).
A primeira apresentação de “Carmina Burana” ocorreu na Ópera de Frankfurt, em junho de 1937. Causou uma grande impressão sobre o público, e a aclamação mundial que recebeu a partir daí prova que não perdeu nada do seu efeito hipnótico. É uma obra de exuberante alegria e fortes acentos eróticos, uma música inteiramente original, baseada em elementar forma rítmica. Inicialmente destinada para representação cênica, venceu, porém, nas salas de concerto. Sobre sua própria obra, Carl Orff teria dito: “Para mim, não importa a música, mas, sim, a força espiritual que está por trás desses textos”.