Aproximadamente um em cada cinco adolescentes de 12 a 17 anos, apresenta alta taxa de colesterol e excesso de peso, resultantes de diversos fatores como sedentarismo e a má alimentação. Com base nesses dados, a professora Maria Luiza Garcia Rosa, do departamento de Epidemiologia e Bioestatística em parceria com os professores Evandro Tinoco Mesquita, Luciana Reis Malheiros, Cláudia March, Berenice Gonçalves, Lenita Lorena, Mônica Mascarenhas, Mauro Mendlovich, Luiz Guilhermo Velarde e ainda estudantes de diversos períodos de vários cursos realizaram um estudo pioneiro em Niterói, onde foram avaliados alunos do bairro Fonseca.
A coordenadora do estudo, a professora Maria Luiza Garcia Rosa, explicou que o bairro Fonseca foi escolhido pela sua diversificada composição social e por apresentar um grande número tanto de escolas públicas, quanto de particulares. Os 457 adolescentes que participaram do estudo, foram avaliados por meio de questionários e exames físicos. “Ficamos bastante impressionados com o funcionamento das escolas. Tanto nas públicas quanto nas privadas, o tipo de trabalho feito com os alunos- na área ambiental, de saúde e artes- é excelente. Além disso, houve grande cooperação por parte dos diretores, pais e professores”, conclui.
Esse projeto, apoiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp), pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), pela Fundação Municipal de Saúde de Niterói e com apoio da Embratel demonstrou o aumento anormal da pressão arterial em jovens, decorrentes de uma dieta inapropriada, que promove um grande risco para o desenvolvimento de hipertensão. “Apesar da baixa prevalência de hipertensão nos resultados da pesquisa, a pré-hipertensão constatada é preocupante, visto que ela pode aumentar o número de mortes por problemas cardíacos”, comenta Maria Luiza.
Segundo Evandro Mesquita, esse estudo, um dos pioneiros da área também no Brasil, aponta a necessidade de medidas educacionais e ações governamentais, visando melhorar a qualidade de vida dos adolescentes por meio de uma dieta saudável e estímulo à atividade física. “É importante o papel de pais e educadores na busca da saúde cardiovascular desses jovens, que estão cada vez mais adotando a moda dos fast-food. Deve-se estimular a alimentação rica em legumes, verduras e frutas, evitando uma nova geração de doentes cardíacos”, ressalta.