O 1º Seminário Brasileiro contra o Racismo Ambiental é promovido pelo Laboratório de Estudos de Cidadania, Territorialidade, Trabalho e Ambiente (Lactta) da UFF em parceria com o Projeto Brasil Sustentável e Democrático (BSD/Fase), e acontece de 28 a 30 de novembro no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF), no Campus do Gragoatá, Bloco O, sala 213, São Domingos, Niterói, RJ. Em exposição e debate as diferentes realidades, lutas e experiências dessa face particularmente perversa do racismo, a denúncia e a busca de estratégias, cumplicidades e soluções.
Racismo Ambiental é um tema que está no campo de debates e de estudos sobre Justiça Ambiental, um clamor inicial do Movimento Negro Norte-americano e que se tornou um programa de ação do governo federal dos Estados Unidos, através da EPA, sua agência de proteção ambiental.
Dentre os assuntos a serem abordadas no Seminário, serão denunciados e documentados: as vítimas do manganês, no Amapá, e a contaminação por cobre em Santo Amaro da Purificação, na Bahia (envolvendo também populações quilombolas e, ampliando o foco para a América do Sul afora, quechuas e outros povos indígenas, que, predominantemente, sofrem o mesmo tipo de agressão).
Segundo a professora Tania Pacheco, do BSD/Fase (relatora da mesa “Racismo, conflitos socioambientais e cidadania”, dia 29), “é uma ilusão restringir ao sul dos Estados Unidos, aos índios da América Latina, à África devorada pela fome e pela Aids ou aos nossos estados mais pobres a injustiça e o racismo ambientais. A atmosfera de explosão que estamos vendo acontecer na França e nos banlieues de Paris, principalmente, revela da mesma forma a existência de franceses de segunda classe, descartáveis, reduzidos a mercadorias, coisificados… Porque isso tudo envolve bem mais que a mera cor da pele, a religião, tradições ou valores culturais. O pano de fundo em todos esses exemplos permanece sendo o modelo de desenvolvimento, a divisão da sociedade em classes e a exploração da miséria.”
Um telão será instalado no Campus do Gragoatá, nos pilotis do Bloco E, para acompanhamento livre do público.