Nos dias 12 e 13 de setembro, a UFF foi sede da reunião dos pró-reitores de Extensão da Região Sudeste para discutir o Projeto Rondon. Na abertura do evento estiveram presentes o reitor da UFF, Cícero Mauro Fialho Rodrigues; o pró-reitor de Extensão da UFF, Jorge Luiz Barbosa; o representante do Núcleo de Atividades do Projeto Rondon (Napro), ligado à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), José Leite Saraiva; e os representantes das associações de rondonistas dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, Guilherme Otávio Moitta e Cícero Soares de Lima Filho, respectivamente.
O objetivo do encontro foi reunir as instituições de ensino superior públicas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo e as associações estaduais do Projeto Rondon para discutir estratégias de incorporação das atividades do projeto na extensão universitária e a participação do MEC na gestão do projeto, já que, como indicado na última reunião do Fórum Nacional de Pró-Reitores da Universidades Públicas Brasileiras, considerou-se o projeto como uma atividade educacional-pedagógica, estando hoje, equivocadamente, na visão do fórum, a cargo do Ministério da Defesa.
O reitor declarou ser de extrema relevância a reunião, já que o trabalho traz benefício ao estudante e ao município visitado: “O projeto deve ser repensado e aplicado de acordo com nossa realidade”. O pró-reitor de Extensão disse que a UFF está servindo de espaço para discussões e propostas que levem a uma “retomada renovada”, com a participação da universidade na produção acadêmica; com o papel do MEC de dar essa dimensão nacional ao projeto, e ainda com o resgate do passado, que deve servir como um “farol para iluminar o futuro” para possibilitar a recuperação da tradição positiva. “São as atividades de extensão em geral e principalmente as possibilitadas por esse projeto que garantem o caráter público da universidade, pois é assim que se une o conhecimento científico à responsabilidade social”, afirmou. Para Barbosa, o Projeto Rondon serve como meio de estudantes e professores socializarem conhecimento e também aprenderem, à medida que entram em contato com outras realidades.
Na parte da manhã, José Saraiva fez uma apresentação do projeto, suas conceituações e estratégias. A idéia é que, com a participação do Ministério da Educação e por meio de relatos de experiências, produza-se um documento que institua o projeto como educacional, ficando a coordenação acadêmico-pedagógica a cargo do MEC. O Ministério da Defesa garantiria o apoio logístico-institucional. Para Saraiva, o objetivo é “contornar falhas e transformar em política de Estado e não de governo”. Ele informou que, por solicitação das instituições que participaram do projeto, há um ano vêm sendo realizadas reuniões com as pró-reitorias de Extensão das universidades públicas de todo o país para repensar o Projeto Rondon e garantir a integração entre as universidades. As regiões Norte, Nordeste, Sul e Minas Gerais já foram anteriormente visitadas pelo Napro. O último encontro será nos dias 27 e 28 de setembro, em Brasília, reunindo as universidades de Brasília e do Centro-Oeste.
O coordenador de Integração Acadêmica (Ciaex/Proex), professor Ronaldo Pombo, explicou que a apresentação de Saraiva espelhou a posição de praticamente todas as instituições que questionam a metodologia do projeto e pretendem repensar e reestruturar sua lógica para se adequar à sua proposta. “É um projeto que envolve a academia, e, portanto, as instituições de ensino superior têm de participar dessa elaboração.”
Após a apresentação do projeto, seguiram-se debates. No fim da reunião foi elaborado um documento que examina o projeto nas seguintes dimensões: institucional, social, acadêmica, geopolítica e financeira. A proposta de conceituação, objetivos e indicativos balizada na reunião e assinada pelos presentes será apresentada no 3º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, entre os dias 23 e 25 de outubro, em Florianópolis.