Na consulta eleitoral para a reitoria da UFF (quadriênio 2022-2026), a atual gestão foi escolhida pela comunidade acadêmica para dar continuidade ao trabalho nos próximos quatro anos.
Seguindo o rito protocolar, em breve os Conselhos Superiores enviarão para o Ministério da Educação a lista tríplice com o nome dos indicados à posse, visando a nomeação pelo Presidente da República. É nesse clima de expectativa e rumo a novos desafios que o reitor Antonio Claudio e o vice-reitor Fabio Passos comentam a vitória no pleito interno e compartilham planos futuros relacionados principalmente ao cotidiano de trabalho do corpo técnico e docente. Confira!
Qual o peso dessa conquista após 4 anos marcados por cortes orçamentários e enfrentamento da Covid-19?
Com certeza, é um reconhecimento pelo trabalho que foi desenvolvido nestes últimos quatro anos. Do ponto de vista da Universidade, sem dúvidas, a instituição demonstra a capacidade de seguir em frente e sobreviver a intempéries e dificuldades. É uma UFF que se mantém, cada vez mais, de alto nível, de excelência, responsável e inclusiva, mostrando o seu papel na sociedade, diante de inúmeros desafios que tem sido colocados para a gestão da universidade.
Entre todas as realizações da atual gestão, qual vocês consideram a mais importante no que tange ao trabalho dos servidores e que deve ser mantida nos próximos anos?
Vivenciamos e compartilhamos com os servidores muitas conquistas, mesmo diante dos desafios orçamentários e da pandemia de Covid-19. Nos últimos quatro anos, fomos obrigados a nos adequar a um novo modelo de trabalho, o remoto, e conseguimos entregar resultados com eficiência e responsabilidade. Por isso, somos gratos a cada um dos técnicos administrativos e docentes da Universidade pelo esforço e compreensão.
Entre todas as iniciativas, sem dúvidas a regulamentação do Programa de Gestão é uma entrega que nos deixa muito contentes. Foram 2 anos de análises, estudos e empenho do Grupo de Trabalho para o Programa de Gestão. Conseguimos eliminar o ponto biométrico para os participantes do Programa e possibilitar maior qualidade de vida aos servidores. A UFF avançou e se integrou a uma realidade que já tinha sido imposta em março de 2020. Agora, podemos praticar o teletrabalho dentro dos moldes legais e permitidos pelos órgãos de controle.
Outra conquista que destacamos é a ampliação e melhoria da infraestrutura dos espaços de trabalho, a exemplo do que tem ocorrido na Reitoria e nos órgãos da Casq, tanto para os trabalhadores que atuam na saúde quanto aos os servidores atendidos. Também foi essencial oferecer serviços de perícia médica em unidades do interior. O nosso objetivo para os próximos anos é dar continuidade a esse trabalho. É ampliar e qualificar espaços de integração e de trabalho dos servidores de todas as unidades da Universidade, em Niterói e no interior. É compreender as demandas internas e oferecer melhor qualidade de vida aos servidores.
Quais estratégias da gestão para manter um clima organizacional favorável e positivo, sobretudo com os desafios do Programa de Gestão e consequentemente o trabalho à distância?
O diálogo é a melhor e maior estratégia para manter um clima organizacional positivo, sobretudo a partir dessa nova lógica de trabalho que se apresenta por meio do Programa de Gestão.
Nós temos algumas proposições resultantes de estudos sobre o tema e de experiências de outros órgãos, mas o mais importante é o diálogo com a própria comunidade. A principal estratégia é construir e aprender juntos, sobretudo a partir dessa nova lógica de trabalho que aqui no Brasil, no âmbito do serviço público, se coloca por meio do Programa de Gestão.
Sem dúvidas é possível manter encontros presenciais regulares, incentivar a integração entre as equipes, evitando assim o trabalho isolado. Mas o principal é o aprendizado em conjunto. Temos muito a aprender e a construir nesse sentido, junto com um diálogo aberto junto a toda comunidade da UFF.
Através deste diálogo amplo, é possível manter uma universidade viva, alegre e pulsante com encontros presenciais regulares, realização de eventos, com planos e projetos que incentivem a integração entre as equipes, mesmo fisicamente distantes. E é nesse sentido que pretendemos caminhar: queremos ouvir nossos pares e aprender com essa nova realidade para oferecer um ambiente de trabalho acolhedor e respeitoso para todos.
O adoecimento mental é um tema em alta especialmente nos ambientes de trabalho. Como essa questão tem atingido a UFF e quais os planos para atender demandas internas desse tipo?
As ações de saúde mental sempre foram uma prioridade da nossa gestão. Por isso, pretendemos dar continuidade as já existentes e criar novas propostas para atender às demandas internas.
Certamente, o adoecimento mental é um dos elementos mais importantes dentro da saúde pública há alguns anos e obviamente a pandemia elevou em ordens de grandeza esses problemas. Em 2019, nos organizamos institucionalmente para lançar uma rede de contatos, programas e projetos que lidam com saúde mental. E, naturalmente, a pandemia não permitiu evoluirmos com a nossa intenção original e tivemos que nos adaptar e fazer os encontros remotamente.
A partir deste ano, pretendemos criar caminhos possíveis para lançar a Rede UFF de Promoção da Saúde Mental, que incluirá projetos e programas acadêmicos, de extensão e de assistência nessa área. Nosso propósito é potencializar a cooperação e integração desses grupos e envolver elementos de arte e esporte, representados pelas nossas Atléticas, o Centro de Artes da UFF (CEART), o Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS), além do curso de Produção Cultural de Rio das Ostras e demais coletivos interessados. O ideal é que isso funcione como uma rede em todo o estado do Rio de Janeiro, em todos os campi da UFF.
Valorização dos técnicos administrativos foi um dos eixos da plataforma de campanha da Chapa 1. Como vocês pretendem fazer isso e quais planos para esse grupo?
Inegavelmente, os técnicos administrativos representam a engrenagem da nossa Universidade e estão atuantes em todas as áreas, seja na área acadêmica ou administrativa. Os técnicos fazem a diferença no atendimento do estudante lá na ponta ou na condução de um novo processo dentro do SEI. Por isso, a valorização que queremos é por meio do estímulo e da oferta de oportunidades, com base no diálogo. É preciso escutar as diferentes aflições, projetos e percepções sobre o cotidiano da administração para construir soluções.
Boas soluções já foram construídas na universidade, como o lançamento do Programa de Qualificação Institucional, que reserva vagas de cursos de pós-graduação para esse grupo, além das inúmeras ações na área de saúde. Entre estas é possível citar os serviços médicos ambulatoriais, que atualmente compreendem oito especialidades distintas, além de psicologia e odontologia e que são oferecidos gratuitamente para os servidores e que preenchem uma lacuna de acesso aos planos de saúde. Como atendimentos ambulatoriais, os serviços têm suprido a necessidade de muitos servidores que os utilizam, resultando em avaliações positivas por parte da comunidade. Em breve, também voltaremos a realizar exames periódicos, incluindo exames complementares, algo que há anos não era realizado dentro da UFF. O primeiro grupo a ser convidado para a iniciativa é o de servidores que lidam diretamente com radiação (raio-x). Tão logo, a ação se estenderá por toda universidade.
Como a intenção é avançar, em breve os técnicos também serão convocados para realizar exames periódicos e complementares, uma ação que estava parada há anos.
Além disso, criamos oportunidades para os técnicos administrativos de nível médio, com graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado). Estimular o ingresso no nível superior é uma das nossas metas, ainda mais após alteração na regulamentação interna que permite com que técnicos administrativos em cwrgo de nível medio, mas que possui graduação, com ou sem mestrado ou doutorado, coordenem projetos de extensão. Temos excelentes ações conduzidas por esse grupo, que antes não recebiam o devido crédito.
Quanto aos docentes, quais novas iniciativas tendem a beneficiá-los?
Em relação aos docentes, vamos potencializar as oportunidades de apoio a projetos, especialmente por meio de parcerias com municípios. Uma das ideias é replicar em outras cidades o modelo do PDPA (Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados), já bem executado na cidade de Niterói, para que as cidades invistam na resolução de problemas locais por meio do pensamento crítico e científico da Universidade. Estimular o FOEXTt, no que diz respeito às atividades de extensão, além do Proiac, nosso programa de inovação e assessoria curricular, também fazem parte da nossa proposta.
Outra grande novidade é o Programa de Fortalecimento do Corpo Docente, que abrirá vagas novas, vagas de professores visitantes para todos os departamentos, além de pontuação para banco geral da UFF para quem quiser migrar para dedicação exclusiva. É um programa de grandes proporções com reflexos acadêmicos e institucionais igualmente significativos.
Ao final do próximo mandato, como vocês desejam ser lembrados pela comunidade de técnicos administrativos e docentes?
A nossa pretensão é ser lembrado como bons gestores que se reinventaram diante das dificuldades e foram responsáveis por manter uma Universidade comprometida com o entorno e a sociedade, mas também de alto nível acadêmico, responsável e inclusiva. E que nesse caminho, defendemos nossa instituição com altivez e coragem, sem permitir que ataques e cortes orçamentários nos ferissem de morte. Queremos deixar a marca de uma gestão que deu saltos na direção de uma Universidade com poder de transformar a vida das pessoas por meio da educação, da ciência e da tecnologia.
Para além das marcas e lembranças que vamos deixar, existe, sobretudo, a satisfação de exercer bem a tarefa de acordo com a expectativa da comunidade e da nossa missão institucional.