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Curso de Tecnologia Farmacêutica abre com homenagem a professor Nikolai Sharapin

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Com a presença do pró-reitor de Extensão, Jorge Barbosa, da vice-diretora da Faculdade de Farmácia, Eliane Carvalho, do diretor da Farmácia Universitária, Nilo Piccoli, entre outros professores da área farmacêutica, foi aberto hoje, dia 14, o 6º Curso Iberoamericano de Tecnologia Farmacêutica, que conta com participantes de dez nacionalidades. O curso tem o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de três redes internacionais dedicadas ao estudo de plantas medicinais.
A cerimônia de abertura foi marcada pela homenagem ao ex-professor da UFF, Nikolai Sharapin, falecido em janeiro deste ano e considerado um dos maiores naturalistas do país. Sharapin, nascido na China mas com nacionalidade russa, chegou ao Brasil com 13 anos e, ainda jovem, escolheu a farmácia como carreira, tornando-se uma referência em toda a América do Sul e Central na área de fitofarmacêutica, tendo criado na universidade o Laboratório de Tecnologia de Produtos Farmacêuticos (LTPN), da Faculdade de Farmácia. Sharapin queria contribuir para a auto-suficiência medicinal dos povos latino-americanos e, como pesquisador, chegou a codificar cerca de três mil plantas, quase todas da Mata Atlântica.
Segundo o pró-reitor de Extensão, Jorge Barbosa, o tema do curso é um enorme desafio, tanto científico como político, pois visa produzir um conhecimento novo que leve em conta a biodiversidade brasileira e isso envolve o resgate da cultura popular latino-americana, a qual poderá garantir a autonomia da região em relação a seus medicamentos.
Experiência em Betim
Participando do curso está Jacqueline Guimarães, a farmacêutica responsável pelo setor de manipulação da rede municipal de Saúde
de Betim, em Minas Gerais, onde o programa Farmácia Viva, do SUS, já existe desde abril de 2004. Hoje, diz ela, o programa já está com um saldo de três mil receitas atendidas, entre médicos e dentistas.
Antes de se iniciar o programa, diz a farmacêutica, foi feita uma pesquisa de abordagem fitoterápica pelos agentes comunitários, com 3.800 usuários de plantas, sendo selecionadas 15 delas já com validação científica e reconhecidas pela Anvisa. A partir daí, a prefeitura organizou cursos de capacitação dos profissionais da rede com interesse em fitoterapia, estudando as plantas em todos os seus aspectos: descrição botânica, composição química, indicações, posologia, efeitos colaterais, contra-indicações, etc..
Na odontologia, diz Jacqueline Guimarães, houve grande aceitação e já estão definidos os produtos utilizados na saúde bucal para aftas, estomatites ou os auxiliares nos procedimentos cirúrgicos, que reduzem o sangramento e aceleram a cicatrização. A adesão dos pacientes, diz ela, tem sido maior que aos medicamentos sintéticos.
Em Betim está sendo feito ainda um trabalho educativo nas escolas, com palestras para os multiplicadores em encontros chamados “Vamos tomar um chá ?”, onde os profissionais da saúde orientam professores e pais sobre o uso correto das plantas, retornando à comunidade as questões observadas nos questionários da pesquisa inicial e alertando sobre contra-indicações e usos indevidos de certas ervas.
O curso vai até o dia 25 e inclui aulas práticas e visitas a laboratórios e fábricas de produção de insumos fitofarmacêuticos.

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