O Ministério da Saúde e o Inca estimam que cerca de 400 mil novos casos de câncer surgiram no Brasil, somente em 2004, sendo a segunda causa de morte no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares. A boa notícia é que pesquisadores da UFF acenam com uma nova esperança no combate à doença, utilizando no tratamento o álcool perílico (AP). Os resultados deste trabalho compõem o livro Patogênese Molecular e Estratégia Terapêutica dos Gliomas (Eduff/DiLivros, 116 p. R$ 85), que o professor Clovis Orlando Pereira Fonseca lança nesta quarta-feira, dia 24 de agosto, às 18h, na Livraria Eduff, Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, em Niterói. O evento contará com uma mesa-redonda com a participação do autor e das pesquisadoras Thereza Quírico-Santos, Débora Futuro, e do neurocirurgião Jose Alberto Landeiro. A entrada é franca.
Clovis Orlando começou a estudar em 1987 o uso quimioterápico do álcool perílico, lipídio extraído de óleos essenciais de várias plantas, como frutas e vegetais. A primeira fase do trabalho observou os efeitos do tratamento do AP em células de glioblastoma. Estes estudos foram realizados nos laboratórios de pesquisa da UFRJ, sob a orientação das professoras Maria da Glória da Costa Carvalho, Cerli Rocha Gattass e dos professores Maulori Curie Cabral e Marcelo Bozza. Foram objeto de tese de mestrado sob a orientação do Prof. Abelardo Araújo. Em 2003, o grupo de pesquisa, formado ainda por Thereza, do Instituto de Biologia, e Débora, da Faculdade de Farmácia, apresentou projeto para o emprego da substância através de inalação, o que evita os efeitos colaterais apresentados no uso oral. O álcool perílico está, agora, em fase experimental junto a pacientes com glioblastomas recidivos.
Neurocirurgião, o professor Clovis recebeu recentemente três importantes reconhecimentos: o Prêmio Academia Nacional de Medicina, o Edital Novos Autores da EdUFF e, em abril, o Prêmio Codman de melhor comunicação livre, em Covilhã, na XIX Reunião da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia. Trabalhos sobre a pesquisa com o álcool perílico foram publicados ainda no International Journal of Molecular Medicine (2002), nos Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia (2004) e no Oncology Reports (2005). Em fase de impressão, estão trabalhos demonstrando os efeitos do tratamento do AP em seres humanos na revista Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia (2005) e na americana Surgical Neurology.