Inovar, construir, acreditar. Talvez estes fossem bons motivos para a UFF se sentir satisfeita com o papel que vem cumprindo na sociedade, apesar das dificuldades que os órgãos públicos vêm enfrentando. Mas não são. Com o objetivo de estimular ainda mais a criação e desenvolvimento de novos empreendimentos, a instituição está lançando, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp), o edital de seleção 2004 para a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica.
Esse mecanismo se propõe a abrigar empreendimentos e empresas que utilizam tecnologias inovadoras. A troca é recíproca. Do mesmo modo que a empresa ganha em qualidade, inovação e produtividade, a UFF ganha em resultados práticos da pesquisa científica e tecnológica.
Marcus Feitosa, 25 anos, possui sua empresa incubada na UFF, a Use in loco. Sua inovação tecnológica foi construir uma máquina, a “mandriladora”, e estar aperfeiçoando. Ela permite a manutenção de peças automotivas por meio da usinagem. O seu diferencial está em ir aos lugares onde os transportes quebram e consertá-los no próprio local, em mais ou menos cinco horas. O tempo normal é de 48 horas. “Isso reduz o tempo, o risco de operação e os custos”, conta Feitosa.
Mas o interesse em se incubar na UFF surgiu depois de verificar toda a estrutura e suporte que teria na instituição, além da credibilidade. “Consegui abrir muitos caminhos e contatos para a minha empresa por meio da incubadora. Estou me estruturando aqui. A UFF passa uma credibilidade total”, afirma o empresário. Hoje a Use in loco tem importantes clientes, como a Petrobrás, Marinha do Brasil, Locadoras de Guindaste, entre outros.
O papel da universidade
O apoio da UFF à empresa é grande. Ele passa pela parte de pesquisa e vai até suporte de gestão, elaboração de projetos, captação de recursos, entre outros. “A importância de estar incubada na UFF foi fundamental para minha empresa, a partir do momento que nós pudemos aperfeiçoar nossa tecnologia, ter novas percepções sobre ensino a distância, por meio de palestras e treinamento do pessoal”, diz Maurício Marinho, sócio-diretor da SPPNet, empresa incubada por dois anos.
Para Ana Cristina Ribeiro, gerente da Incubadora, “a transferência de conhecimentos para as empresas ao aliar desenvolvimento e pesquisa traz um benefício incrível para ambos. Pesquisadores podem vir a se associar a essas empresas e estas, por sua vez, podem extrair todo o conhecimento e suporte da instituição”.
Ainda segundo a gerente, os reflexos desse empreendimento vão além das dependências da universidade e dos contatos da empresa. A Incubadora da UFF gera desenvolvimento regional, graduação das empresas, pesquisa aplicada, tecnologia, empregos e postos de trabalho. “A marca UFF representa bastante no mercado e a empresa ganha com isso. A incubação desses empreendimentos tem trazido retornos importantes. Os casos têm sido de sucesso, porque não interferimos na gestão diretamente, acompanhamos, aconselhamos e ajustamos o que estiver ao nosso alcance”, explica.
Como posso me incubar?
Pensando assim, se incubar na UFF parece uma tarefa difícil. Mas é mais fácil do que se imagina. Qualquer pessoa física ou jurídica pode associar-se à incubadora. Basta ter uma inovação tecnológica nas áreas de Automação, Bioengenharia, Biomedicina, Biotecnologia, Computação, eletroeletrônica, física Experimental, Geotecnia, Química, Engenharias, Meio Ambiente, Telecomunicações, Tecnologia da Informação, entre outras.
E também que ela se constitua formalmente em empresa quando ingressar no projeto. Todos os empreendimentos selecionados poderão utilizar as instalações e facilidades das dependências da instituição por um prazo de até três anos.
Os interessados têm que apresentar o resumo do plano de negócios e pagar a inscrição no valor de R$150,00. Os resultados finais serão divulgados na própria incubadora até o dia 17 de novembro.