A Universidade Paris I e a UFF estão reunidas desde a manhã de hoje, 7 de julho, para discutirem, por meio de um viés antropológico e social, questões inerentes à modernidade, no que diz respeito à tecnologia, ao meio-ambiente, à sociedade e à cultura. Essa é a proposta do Colóquio “Socioantropologia da Modernidade: Macrossistemas Técnicos e Paradoxos do Progresso”, que será realizado até o dia 9 de julho, no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) da UFF.
O evento é resultado do contato entre as duas instituições e está sendo organizado pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGA) da UFF e o Centre d’étude des techniques des connaissances et dês pratiques (Cetcopra) da Universidade Paris I (Sorbonne).
Pesquisadores do Cetcopra francês e de diversas instituições brasileiras além da UFF (UFRJ, UFPE, UFPA, Uerj, ESPM, Universidade Católica de Salvador, Ippur, UFAM, UFMG, UFC, Fiocruz, Fase-Vitória, IBGE, Ence, IPT, Facamp e Unicamp) apresentarão suas pesquisas em quatro mesas.
No primeiro dia o tema foi “A ambientalização das questões sociais: representações, parcerias, agendas 21 e disputas em torno de ‘riscos sociais’”. “Abordagens socioantropológicas nos macrossistemas técnicos é a temática da tarde”. No dia 8 , às 9h. terá início “Conflitos sociais e meio ambiente” e a mesa da tarde, com início às 14h, será “Biotecnologia e preservação da sociobiodiversidade”. Todas as mesas estão sendo realizadas no auditório do ICHF.
“A importância do evento é a troca de experiências entre os pesquisadores brasileiros e do Cetcopra, na lógica de apresentação dos trabalhos de campo de ambos, além de ser um passo importante para a realização do tão esperado convênio entre a UFF e a Paris I”, afirma a coordenadora do colóquio, professora Gláucia Silva.
O diretor do Cetcopra, professor Alain Grass, um dos componentes da mesa de abertura ao lado da coordenadora do PPGA, professora Eliane Cantarino, e da professora Gláucia Silva, ressaltou a importância de uma nova concepção de Antropologia. “A antropologia está orientada em uma compreensão nova da nossa modernidade. Precisamos pensar a história do nosso mundo sem determinismo, com liberdade de concepção”. Ele também criticou a reunião do grupo dos países mais ricos do mundo e a Rússia (G-8), que está senda realizada na Escócia. “Somente oito pessoas estão decidindo o que vai ser o futuro. Nosso papel é dizer que eles não podem decidir por nós. Dentro da antropologia é essencial colocarmos no centro essa idéia de liberdade”, afirmou.
O colóquio se encerra no dia 9 com uma reunião para discussão sobre possíveis desdobramentos do encontro.
Em foco, as agendas 21 locais
A primeira mesa do colóquio contou com exposições a respeito de projetos de Agendas 21 existentes no Brasil, além da realidade nuclear francesa e suas conseqüências sociais em termos da organização da sociedade civil, pela visão da professora Gláucia Silva.
A realidade de Volta Redonda (RJ), na qual foi implementado um projeto de Agenda 21 considerado de sucesso foi exposta pela professora da ESPM, Silvia Borges. A professora Diana Antonaz, da UFPA, revelou as características de agendas 21 em três cidades da região amazônica com experiências que não foram produtivas e também falou sobre a cidade de Belém, que não possui o projeto. Já a professora da Uerj, Rosane Prado, revelou as experiências de Ilha Grande (RJ), onde a Uerj tentou, mas não conseguiu implementar a Agenda e Angra dos Reis, que possui o projeto, mas está paralisado depois do grande sucesso inicial.