A UFF realizou nos dias 25 e 26 de abril o 1º Seminário Norte e Noroeste de Extensão Universitária para discutir e incentivar a extensão universitária nos municípios das regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio onde ela atua. O encontro, sediado pelo Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ICSDR), em Campos dos Goytacazes, foi organizado pela Proex em parceria com o ICSDR, apoio da Fundação Euclides da Cunha e da Santa Casa de Misericórdia de Campos.
Estiveram presentes o vice-reitor, Antônio Peçanha, o pró-reitor de Extensão, Jorge Luiz Barbosa, o coordenador de Infra-Estrutura da Extensão, Antônio Lyra, e as subcoordenadoras Maria Lucia Melo Teixeira de Souza e Maria Beatriz Knust. Também participaram representantes do ICSDR, do Colégio Técnico-Agrícola Ildefonso Bastos Borges, do curso de Matemática de Pádua e coordenadores de projetos de extensão da região.
Extensão apaixonada
“Ninguém faz extensão sem paixão.” A declaração do pró-reitor de Extensão foi ilustrada com a apresentação apaixonada dos professores que coordenam diversos projetos de extensão nas cidades do interior em que a UFF atua. Representantes dos municípios de Pádua, Itaperuna, Campos dos Goytacazes e Bom Jesus do Itabapoana tiveram a oportunidade de apresentar seus projetos e mostrar para a platéia que, apesar de toda a dificuldade, a universidade deve estar em contato direto com a sociedade, servindo de espelho desta e expandindo seu conhecimento.
Seguindo essa linha, Jorge Luiz Barbosa ressaltou que a extensão exerce relevante papel democrático e público. É democrática por estabelecer contato direto entre universidade e sociedade, numa construção em que ambos socializam suas práticas: a extensão representa a realidade de fora, e a universidade extrapola seus muros para atuar fora deles. Exerce também papel público na medida em que assume para si causas sociais e participa da formulação de políticas públicas. “Temos de pensar a prática acadêmica e a relevância social do conhecimento, ou seja, a capacidade da tecitura entre a produção do conhecimento dentro da universidade e seu compromisso social.”
O professor Antonio Lyra, coordenador-geral do evento, afirmou que a Proex, percebendo as mudanças pelas quais a sociedade vem passando, detectou a necessidade de entrar em contato mais direto com a sociedade cada vez mais plural. A partir de 2003 houve um novo regimento que, além da mudança burocrática, buscou adequar-se a uma nova concepção de universidade. Uma nova estrutura foi criada para dar mais apoio aos projetos de extensão e também para poder inserir-se neles de forma mais efetiva.
Na fala do provedor da Santa Casa de Misericórdia, Benedito Marques dos Santos Filho, ficou clara a importância das parcerias. “Percebemos que há necessidade de a comunidade ser parceira nesse trabalho de extensão.” O diretor do ICSDR, professor José Luis Vianna, também ressaltou o compromisso da universidade com o público, a partir da parceria com movimentos sociais e instituições, formulação de políticas públicas e diálogo com a sociedade, para facilitar ao desenvolvimento acadêmico sua inserção social. ” É esse o papel da universidade, e principalmente da extensão.”
Os representantes dos cursos das regiões Norte e Noroeste apontaram o distanciamento que existe entre UFF e o interior, e a relevância do encontro como um evento de aproximação, de interação, de diálogo, e que abre perspectivas para fomento nas atividades locais de extensão. “Este seminário mostra o encurtamento da distância entre a universidade e as regiões Norte e Noroeste do estado”, definiu o diretor do Colégio Técnico-Agrícola Ildefonso Bastos Borges, de Bom Jesus do Itabapoana, professor Fernando Ferrara. A professora Ana Maria Almeida da Costa, coordenadora adjunta do evento e coordenadora de extensão do ICSDR, disse que o objetivo de o evento ser interno foi possibilitar a troca de experiências dos municípios da região e, a partir daí, sinalizar as demandas para objetivar novas ações.
No fim do evento, grupos de trabalho discutiram a relação sede-interior, as demandas de projetos que predominam na região e a relação com parceiros. Apontaram as principais dificuldades, levantaram uma série de questões a serem analisadas pela Proex, como a viabilização de encontros de extensão descentralizados e abriram perspectivas para uma maior aproximação da UFF com o interior, bem como a melhoria e o incentivo às práticas de extensão.