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Brasil e Argentina mais próximos

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A Jornada Internacional Brasil–Argentina, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPRI) e realizada na última sexta-feira no Salão Nobre da Faculdade de Direito, reuniu diversas autoridades da área. Com um auditório lotado foram discutidos temas como a necessidade de cooperação entre os países da América do Sul, sobretudo a união estratégica Brasil–Argentina. Assuntos atuais, como a crise por que passam o Brasil e a Bolívia, também tiveram destaque na conferência.
O evento contou com a presença do secretário das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães; do membro da Academia Brasileira de Letras, Helio Jaguaribe; do sociólogo argentino e professor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), José Paradiso; e do embaixador e presidente da Fundação Alexandre Gusmão, José Jerônimo Moscardo de Souza, entre outros especialistas da área, além da participação do reitor da UFF, Cícero Rodrigues.
Na abertura, Moscardo enfatizou a importância de diálogos semelhantes em época de crise como a que estamos vivendo, além de não concordar com a postura radical do Brasil em relação aos países vizinhos, lembrando o caso da Bolívia. “Assim como o Brasil defende seus interesses, a Bolívia também tem direito de se orgulhar por ter uma empresa nacional de recursos naturais.”
Um dos momentos mais esperados do evento foi a conferência do vice-ministro das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, que tratou de inúmeros temas, como as relações de poder (militar, econômico, político e ideológico) que os países mais ricos exercem sobre o resto do mundo e que impedem o desenvolvimento e a autodeterminação dos países menos desenvolvidos. Para Samuel Guimarães, a integração política entre Brasil e Argentina é imprescindível, principalmente para a defesa de interesses de ambos países nos foros internacionais. “A unidade desses dois países leva ou pode levar à união do Mercosul e à unidade da América do Sul”, enfatizou o vice-ministro. Concordando em muitos pontos com Samuel Guimarães, Hélio Jaguaribe também criticou o atual neoimperialismo e o unilateralismo norte-americano sobre os demais países do globo. Na sua avaliação, nenhum país sul-americano está hoje em condições, isoladamente, de poder superar seu subdesenvolvimento e atingir um patamar satisfatório de desenvolvimento autônomo e sustentável: “Eu creio que um país como o Brasil não tem mais que 20 anos para superar seu subdesenvolvimento. Se não o fizer, será reduzido, junto com outros países, a um mero segmento do mercado internacional, internamente controlado por grandes multinacionais e externamente submetidos às diretrizes de Washington”.
A UFF criou o Núcleo de Estudos Brasil-Argentina, com o apoio da Fundação Alexandre de Gusmão e pretende ser um centro de referência para o estudo e o conhecimento das relações exteriores da Argentina.

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