O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) desenvolve dois projetos de combate ao fumo. O primeiro realiza atividades educacionais internas visando tornar o próprio hospital livre do tabaco. Cartazes foram afixados em vários pontos da unidade, locais abertos apropriados aos fumantes foram determinados e cinzeiros também foram retirados de todos os pavimentos e áreas comuns. O hospital que consegue ficar livre do tabaco recebe do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), medicação auxiliar para o tratamento antitabagismo. O outro projeto consiste num tratamento intermultidisciplinar com acompanhamento individual e em grupo na especialidade de pneumologia, psiquiatria e assistência social.
A atual presidente da comissão do programa de controle do tabagismo é a assistente social Regina Célia Siqueira Silva. Segundo ela, o fumante interessado em participar do grupo de apoio deve efetuar inscrição toda última quinta-feira do mês, às 12h, no Instituto Biomédico, Rua Professor Hernani Pires de Melo, 101, sala 204, Centro, Niterói. Depois disso, deve aguardar, pois atualmente a demanda tem sido intensa.
São realizadas cinco reuniões consecutivas de uma hora e meia que ocorrem às terças e quartas-feiras. O número máximo de pessoas em cada grupo é dez. O paciente inicialmente passa por um atendimento individualizado com a assistente social e com a médica, quando são obtidas informações para se traçar seu perfil, classificando-o segundo o grau de dependência. Ao final dos encontros, os pacientes que conseguem parar de fumar são acompanhados quinzenalmente para manutenção. Aqueles resistentes ao fumo continuam a receber tratamento individualizado semanalmente.
A professora ngela Santos Ferreira, médica pneumologista do projeto, esclareceu que o tabagismo é classificado pelo Ministério da Saúde como um transtorno mental que causa dependência física, química e psicológica. Ela afirmou que as atividades em grupo, onde há troca de convivência e ajuda mútua, além de orientações específicas, são essenciais para o fumante livrar-se do hábito de fumar. “Só com a utilização de medicamentos não se obtêm resultados efetivos. Ao parar com a medicação, os pacientes, em sua maioria, retornam ao vício”, disse a médica. No Instituto Biomédico quem faz o atendimento médico é a psiquiatra e professora Vilma Aparecida da Silva.
Devido às atividades que promove para combater o fumo, o Huap é uma das três unidades em Niterói credenciado pelo MS para tratar pacientes tabagistas.