Se estivesse vivo, José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza, completaria 90 anos de idade no dia 11 de abril.
Para celebrar a data, a Editora da Universidade Federal Fluminense (Eduff) promove no dia seguinte, 12 de abril, quinta-feira, um bate-papo com Leonardo Guelman, professor do Departamento de Arte da UFF e autor do livro “Brasil – Tempo de Gentileza” (Eduff, 2000, R$ 60).
O encontro será realizado às 18h, na Livraria Eduff, Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói. A entrada é franca.
José Datrino era dono de uma transportadora de cargas no Rio de Janeiro, quando, após a queima de um grande circo na cidade de Niterói, recebeu um chamado divino para que deixasse tudo e fosse viver uma missão na Terra, assumindo uma nova identidade: Jozze Agradecido ou Gentileza. Como ele mesmo contava, sua atribuição era “vir como São José, representar Jesus de Nazaré na Terra”.
De estandarte em punho, Gentileza caminhava por vários bairros do Rio de Janeiro, cidades da Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo, espalhando seus ensinamentos proféticos. Entre Rio e Niterói, ficou conhecido como o “pregador da barca”.
Gentileza inspirou artistas como Gonzaguinha, que lhe dedicou uma música no álbum “Cavaleiro Solitário”, e Marisa Monte, que o homenageou no álbum “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”.
Na música “Gentileza”, ela observa que “nós, que vivemos apressados pelas ruas da cidade, merecemos ler as letras e as palavras de Gentileza”.
O carnavalesco Joãosinho Trinta dedicou-lhe seu enredo de 2001 na Escola de Samba Grande Rio, que ele denominou “Gentileza – profeta do fogo”.
Leonardo Guelman dedicou ao profeta um extenso estudo, a partir de sua tese de mestrado, orientada por Leonardo Boff. O trabalho resultou nas publicações “Univvverrsso Gentileza” e “Brasil: Tempo de Gentileza”. Mestre em Filosofia pela Uerj, Guelman é também idealizador e coordenador do projeto “Rio com Gentileza”, responsável pela restauração da obra de Gentileza nos pilares do Viaduto do Caju, no Rio de Janeiro.