O Departamento de Análise Geoambiental da UFF, por meio de seu curso de especialização em Geotecnologias Aplicadas a Bacias Hidrográficas e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PGCA), promove o Seminário Implantação da Refinaria da Petrobrás em Itaboraí, RJ – Impactos Socioeconômicos e Ambientais, que dá início ao processo de discussão sobre mudanças de ordem socioeconômicas e ambientais na implantação da refinaria petroquímica da Petrobrás naquele município. O evento se realiza no dia 11 de maio, das 8h30h às 18h, no Auditório Milton Santos, no Instituto de Geociências, Campus da Praia Vermelha, São Domingos, Niterói.
Segundo o professor do Departamento de Análise Geoambiental Ivan Pires, o Instituto de Geociências pretende discutir ações que visem contribuir para a produção de conhecimentos e identificação de experiências que possibilitem a implantação do empreendimento de forma ecologicamente correta, economicamente viável, culturalmente adequada e socialmente justa, na direção de um ambiente sustentável e conseqüente bem-estar das comunidades envolvidas. Durante o seminário serão debatidas ainda alternativas de prevenção, restauração, mitigação e compensação ambiental relativas aos impactos da intervenção socioambiental.
Um dos destaques do empreendimento é que terá capacidade três vezes maior do que a Refinaria de Duque de Caxias. A construção da nova refinaria naquele município vai gerar 262 mil empregos diretos e indiretos no Estado do Rio de Janeiro – 212 mil na construção e 50 mil na operação. A escolha de Itaboraí para instalação da unidade petroquímica, segundo a Petrobrás, foi baseada em critérios técnicos, econômicos e socioambientais.
As discussões no seminário envolvem diferentes e importantes abordagens sobre o empreendimento, como aspectos técnicos do sistema de produção, questões legais e operacionais, a percepção da sociedade civil e reflexões com vistas à obtenção de uma integração mais harmônica entre o setor produtivo e a conservação ambiental. Nesse sentido, serão levantadas questões sobre a Baía da Guanabara, que recebe pela calha dos rios Macacu e Caceribu sua maior contribuição de água doce e também de sedimentos que provocam o assoreamento, causador de grande impacto (atualmente o maior) sobre os manguezais e a própria baía, um sério problema que tende a se agravar. O empreendimento utilizará parte das águas desses rios – que já estão em estado crítico. A refinaria terá capacidade para processar 150 mil barris por dia de petróleo pesado, além de produzir matéria-prima petroquímica e derivados.