UFF reúne especialistas da universidade para atuar no controle e prevenção do coronavírus

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Diante da pandemia mundial do coronavírus (COVID-19) e dos recentes casos de infecção no Brasil, a temática vem ganhando um caráter emergencial em todo o território nacional. Frente a isso, a UFF deu início a uma série de iniciativas que visam construir uma política de saúde voltada não só à comunidade acadêmica como também à população. Grupos de trabalho (GTs) foram criados com o intuito de planejar e executar ações integradas de acompanhamento, conscientização e prevenção da doença. O objetivo, segundo o reitor Antonio Claudio da Nóbrega, é a criação de uma equipe capacitada, formada por diversos setores da universidade e por profissionais de diferentes áreas.

Inicialmente foram estabelecidas três frentes de trabalho: educacional, administrativa e de vigilância epidemiológica e saúde. De acordo com Regina Fernandes Flauzino, professora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva e integrante da comissão de vigilância epidemiológica e saúde, “o intuito desse grupo é fazer contato com a Secretaria Municipal de Saúde, encaminhando para as instituições municipais de saúde as pessoas que estejam com sintomas da doença, orientando o fluxo de atendimento. Também estamos trabalhando com a possibilidade de vacinação antecipada contra a Influenza (gripe) dentro da UFF”.

O GT administrativo estará voltado à organização de estruturas na universidade para atuar na frente de prevenção, organizando os equipamentos de proteção individual e os insumos necessários para consolidar essa estratégia. Já o GT educacional, segundo Regina, “está elaborando um material escrito e conteúdo explicativo sobre a doença, destacando a integração entre a UFF e o Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciando sua capilaridade no atendimento à população. Além disso, iremos elaborar um material específico para ser utilizado no primeiro dia de aula, em todas as áreas de graduação e pós-graduação”, enfatiza.

De acordo com André Ricardo Araújo da Silva, professor da Faculdade de Medicina e membro do grupo de trabalho educacional sobre o COVID-19, o material educacional produzido abordará alguns pontos principais: o que é o coronavírus, quais as formas de identificação e de prevenção e também onde ir em caso de suspeita de infecção.  Segundo o especialista, “essa infecção respiratória foi detectada na China, no final do ano passado, 2019 e, na maioria dos casos, possui um quadro parecido com o da gripe. Os principais sintomas são: febre e alguma afecção respiratória (como tosse e dificuldade de respirar). Para confirmação da suspeita de infecção, é necessário que a pessoa tenha tido uma exposição ao vírus através, por exemplo, de viagens a países onde a transmissão de casos está ocorrendo de forma continuada. Em caso de dúvida, o protocolo é que se procure um atendimento médico em postos de saúde, unidades do SUS ou serviços de saúde privado”.

Com relação às medidas preventivas, André explica que a principal é a lavagem de mãos, sempre que possível: “o trabalhador que sai de casa e pega ônibus ou qualquer transporte público de massa lotado fatalmente vai encostar em lugares onde todos encostam. Essa pessoa, assim que chegar no trabalho, deve lavar a mão com água e sabão e também antes e depois de ir ao banheiro, ou após cumprimentar alguém”.

O recurso do álcool em gel pode ser uma boa alternativa, de acordo com André, pois sua ação é mais rápida e não depende de se ter acesso a uma pia. Outra medida de prevenção é, em caso de sintoma parecido com gripe, “utilizar o antebraço para conter o espirro, evitando colocar as mãos na frente da boca. Além disso, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, copos, escovas de dente. Por fim, é importante evitar ambientes fechados, com uma circulação muito grande de pessoas ao mesmo tempo”, destaca.

O professor também ressalta a necessidade de se ficar atento à disseminação de informações falsas pelas mídias sociais. “Nessas plataformas circulam muitas notícias sem fundamento científico. Antes de repassá-las, é importante checar sua procedência, verificando se os dados são oriundos do site do Ministério da Saúde, dos governos estaduais, das universidades públicas e privadas, de sociedades de especialidades, de instituições de saúde notadamente sérias... Não existem remédios milagrosos ou curas caseiras para abreviar o tratamento dessa infecção respiratória. A comunidade científica está empenhada em descobrir tratamentos, medidas de prevenção e vacinas e isso depende de pesquisa”, alerta.

 

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