Livro relaciona ideias de bem e mal a partir de Saramago e Santo Agostinho

Uma igreja, uma mesquita, uma sinagoga, um terreiro: estes são apenas um dos exemplos de atitudes relacionadas a fé. No entanto, com os últimos tempos, historiadores e filósofos se atentam para o fenômeno da “pós-modernidade”, na qual o homem do início do século XXI desromantiza-se dos grandes pensamentos totalizantes – como o comunismo e capitalismo.  Analisando uma das questões relacionados à ética, a pesquisadora Jacqueline Barros lança o livro “Trilogia de sombras: Saramago, Santo Agostinho e Heidegger" (Eduff, 2017).

A autora compara o pensamento de dois importantes intelectuais da cultura ocidental: o escritor português José Saramago e o filósofo e religioso Santo Agostinho. Com isso, relaciona as conexões presentes em relação aos ideais de Bem e Mal. São analisados três livros do autor portuguÊs: “Todos os nomes” (1997), “A caverna” (2002), e “O homem duplicado” (2008), chamadas por ela de “trilogias das sombras”, que refleteriam a angústia do autor enquanto analisa “o mundo e o tempo do mundo”.

Nas mais de 170 páginas do livro, Jacqueline Barros sustenta que Saramago, o narrador-autor, utiliza uma inovadora maneira de se expressar em relação ao simulacro – que, segundo o filósofo Baudrillard, seria uma “cópia” que representa elementos que nunca existiram ou que não possuem equivalente no mundo real, como as imagens de santos – que o ser humano se transformou na pós-modernidade (como o Heidegger). Ou seja, ele representa algo que ainda não existe.

No decorrer do livro, a autora coloca que Saramago defende “não existe bem” e que, nesse momento, se contradiz, por comentar sobre “modos de comportamento” operantes em suas obras e por se preocupar com o processo de destruição da unidade do ser, com o adoecimento do ser humano – o que se relaciona com a tristeza diante da fragmentação do ser humano, relatada no Evangelho.
Assim, desnuda-se em Saramago o discurso do Evangelho que, segundo o pregador Caio Fábio, no prefácio, está fragmentado pelo homem contemporâneo.

Sobre a autora

Jacqueline de Faria Barros é pós-doutorada em Filosofia da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense. É coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa/ Intercultural Brasil-China.

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