A luta das mulheres brasileiras vem desde o século XIX pelo fim da abolição da escravidão. Depois pelo direito ao voto e à educação, por melhores condições de vida e de trabalho no início do século XX. Estendeu-se, mesmo com muita resistência, por meio dos movimentos feministas e de mulheres que ganharam força nos anos 1970, aprofundando a busca por relações mais igualitárias, por transformações sociais e por mais inserção na sociedade.
Como uma forma de potencializar e dar maior visibilidade às lutas e a situação das mulheres em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) promulgou o ano de 1975 como O Ano da Mulher, estabelecendo os anos de 1975-1985 como A Década da Mulher. Tais ações fazem parte de uma mobilização internacional preocupada com os direitos humanos das diversas mulheres nos diferentes países do mundo. Assim, em dezembro de 1975, a ONU reconheceu o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Em 1977, esse reconhecimento foi ratificado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Ainda que reconheçamos os avanços obtidos, as mulheres ainda sofrem, em muitos locais, com diferenças salariais, violência de gênero, duplas jornadas de trabalho e dificuldades de acesso à saúde, educação, política e carreiras profissionais. A atualidade nos traz ainda mais de perto esses retrocessos quando diversos órgãos de apoio às mulheres são fechados e transitam leis destinadas a retirar das pautas legislativas e políticas a expressão ideologia de gênero, mesmo indo de encontro à posição das mulheres, claramente exposta pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM-BR).
Se avanços houve, estes não estão garantidos e, muito ainda temos que conquistar. Por isso, não há dúvida em afirmar a necessidade, ainda hoje, da existência do 8 de Março. Não apenas para comemorar, mas principalmente para nos mobilizarmos e mostrar que continuamos na luta. Portanto, sendo o mês de março um marco para ações de enfrentamento às desigualdades ainda existentes entre homens e mulheres, e como forma de reforçar a luta feminina por igualdade de direitos, o Programa de Extensão UFF Mulher realizará a mesa-redonda: “Por que ainda é necessário o dia 8 de março?!” no dia 31 de março, às 17h, no Campus do Gragoatá – UFF, no Auditório da Faculdade de Economia (Bloco F). A atividade é gratuita, com direito a certificado.
As inscrições serão feitas no site http://www.extensao.uff.br/uffmulher.
